No Acre, pelo menos na capital Rio Branco, os dois anos dos atos de 8 de janeiro na Praça dos Três Poderes, em Brasília, quando seguidores do ex-presidente Jair Bolsonaro promoveram um quebra-quebra nas sedes do Executivo, Legislativo e Judiciário, vão passar em brancas nuvens. Não ocorrerão manifestações para lembrar os atos de Brasília, informaram lideranças do PT e de organizações contrárias aos partidos de direita que formam o entorno do chamado bolsonarismo.
O vereador André Kamai (PT) disse que, a princípio, a possibilidade de manifestações chegou a ser discutida dentro do partido, mas os atos não foram concretizados. Indagado sobre as razões de não haver os atos, o presidente do diretório regional do PT, Daniel Zen, limitou-se a dizer que não haveria manifestações.
Em Brasília, na véspera dos dois anos dos atos de 8 de janeiro de 2023, o ministro Alexandre de Moraes, relator dos inquéritos sobre o caso no Supremo Tribunal Federal (STF), divulgou um balanço das ações realizadas sobre o assunto. Um documento assinado pelo ministro destaca os números de responsabilizados pelos ataques: 898 pessoas. Segundo o balanço, desse total, 371 foram condenadas a penas privativas de liberdade e 527 receberam penas alternativas por terem realizado Acordo de Não Persecução Penal.
Pelo menos uma acreana, a empresária Michele Lacerda, natural de Rio Branco, estava em Brasília participando dos atos e chegou a ser presa. No Acre, pessoas que estavam acampadas em frente ao quartel do 4º BIS (Batalhão de Infantaria e Selva) foram presas por terem relação com o bolsonarismo e com os atos em Brasília — embora não tenham ido à capital.