A situação do diretor-presidente do Instituto de Defesa Florestal e Agropecuária do Governo do Acre (Idaf), médico veterinário José Francisco Thum, que já era difícil, está ficando pior. O diretor-presidente é investigado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e na Controladoria Geral do Estado (CGE-AC) em denúncias de assédio moral contra servidores e corrupção.
ENTENDA: Presidente do Idaf é acusado de assédio moral e denunciado por perseguir servidores
O caso foi inicialmente divulgado pelo site de notícias da Rede Globo de Televisão, na TV Acre (G1/AC), e confirmado nesta quinta-feira (23) pelo ContilNet.
Piora a situação do diretor – que disse ter consciência tranquila e manifestou desapego ao cargo e que se necessário deixar a função, ele deixará – porque até servidores graduados do órgão confirmam o que vem sendo denunciado. É o caso, por exemplo, do médico veterinário Jonas Celestrini Júnior, ex-chefe da fiscalização do Idaf, que disse ter testemunhado os casos denunciados e que ele próprio foi vítima de Francisco Thum. “Deixei a chefia da fiscalização em meados do ano passado porque não aguentava mais a pressão dele para que o Idaf não cumprisse o seu papel e o assédio sobre os fiscais. Percebi que estava ficando estressado com tudo aqui e entreguei a função de chefia de confiança em nome da minha saúde mental”, disse o veterinário.
“As denúncias são verdadeiras. De algumas eu sou até testemunha”, acrescentou o ex-chefe da fiscalização.
De acordo com Celestrini Junior, há mais denúncias que não foram feitas. “Digo que outros servidores passaram por isso, mas temem retaliação, e por isso não denunciam”, disse. “Fiquei calado por tanto tempo por necessidade, porque tinha cargo de gratificação, e a situação financeira era complicada. Por isso aguentei por tanto tempo. Mas chegou um ponto que não deu mais e entreguei o cargo e a gratificação porque estava custando a minha saúde mental e física”, afirmou.
O ex-chefe da fiscalização disse estar disposto a depor aos órgãos de controle como testemunha dos colegas em relação às denúncias. “Sou testemunha e vítima também”, afirmou.
O caso chegou ao Sindicato dos Engenheiros do Acre e há uma proposta de greve desencadeada contra diretoria do órgão. Celestrini Junior disse que, particularmente, não participa da organização da greve, mas acredita que, se for necessário a radicalização, que isso ocorra. “Sinceramente, não queremos que a população seja prejudicada com uma paralisação das atividades, mas o que sei é que meus colegas de órgão, por causa da divulgação das denúncias, nos bastidores, muitos ficaram de certa forma “aliviados” com a denúncia, pois, sofreram assédio porém não tiveram coragem de denunciar”, disse. “Da minha parte, espero que o presidente passe a respeitar os servidores e as decisões técnicas que são tomadas”, disse.