Com 02,54 metros na última sexta-feira (31), o Rio Acre tem atingido as menores cotas para o mês de maio, segundo os dados da Defesa Civil Municipal. A possível seca virou destaque nacional no site O Antagonista, que relembrou a cheia do Rio Acre no início de 2024, quando o nível do manancial antingiu a segunda maior cota histórica desde 1971 e alertou para o nível atual do rio.
O site colocou como “preocupante” a situação que o Rio Acre passa. “Especialistas alertam que essa baixa no nível das águas pode indicar a possibilidade de um período de seca que pode se antecipar e se tornar cada vez mais frequente em um menor espaço de tempo”, disse em uma reportagem, publicada na sexta-feira (31).
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A possibilidade da seca extrema já havia sido alertada pelo diretor Administração de Desastre da Defesa Civil Rio Branco ao ContilNet.
“Nós já estamos sem chuva há vários dias e com essa frente fria que nós passamos e outra que vamos enfrentar ainda, vai piorar ainda mais. A questão da chuva vai ficar cada vez mais difícil, nós vamos entrar nos dois principais meses, que menos chove durante o ano que é junho e julho, e nesses meses, a seca deve se agravar e o Rio Acre deve ficar abaixo dos 2 metros”, ressaltou.
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Com o rio abaixo dos 2 metros, o manancial fica intrafegável, com pouca possibilidade de navegação. Falcão disse ainda que com isso as ondas de calor mais altas aumentam, bem como as queimadas, trazendo prejuízos à saúde. “Vamos ter problemas de saúde, vamos mexer na economia rural, pois vai prejudicar as produções, além de uma série de situações, como também o desabastecimento de água em Rio Branco. A previsão é que vamos passar por uma situação complicada nos próximos meses”, disse o gestor.
Falcão também explicou que a equipe já se prepara para atender as comunidades rurais e ribeirinhas que já estão afetadas pela seca do rio. “Esse plano já está em execução e essas comunidades já estão sendo atendidas, mas nós estamos no início do planejamento. O Plano de Contingência em relação à seca já está pronto”, afirmou.
O Antagonista também falou sobre o baixo índice de chuva no Rio Acre. “Especialistas apontam a influência de sistemas climáticos, como o El Niño, o baixo índice de chuvas na região e as mudanças no ciclo hidrológico causadas pela emissão de gases de efeito estufa. Esses elementos estão relacionados à irregularidade nas chuvas e aos extremos climáticos de cheias e secas que têm sido observados”, disse.