Em entrevista concedida ao jornalista Victor Gammaro, neste 3 de outubro, o presidente da Fenapef (Federação Nacional dos Policiais Federais), Marcus Firme, deu mais detalhes a carreira, o alto déficit de servidores e a realização da próxima seleção.
De acordo com o dirigente, o déficit de servidores chega a 6 mil, considerando também as carreiras administrativas da instituição. Em relação ao cargo de policial federal, o número é de cerca de 2 mil postos de trabalho desocupados.
Em relação à Lei Orgânica da carreira, atualmente em elaboração, o presidente da Fenapef destacou que o texto foi concebido pela diretoria-geral da PF sem a participação das entidades de classe, o que acabou gerando descontentamento entre os servidores e a rejeição da minuta pelos sindicatos dos 26 estados brasileiros e do Distrito Federal.
A Lei Orgânica menciona ainda o fim da aceitação do curso tecnólogo como comprovação de nível superior para ingresso no cargo. Sobre isso, Marcus Firme ressaltou que, dificilmente, a nova regra passaria a vigorar já no próximo concurso público, devido ao pouco espaço de tempo entre a publicação da norma e a abertura do certame.
“Mesmo que fique da forma como está lá [na minuta de Lei Orgânica], dificilmente valeria para o próximo concurso, porque não dá tempo de andar. Isso tem que passar pelo governo federal – Ministério da Justiça, Ministério da Gestão e Inovação, Casa Civil – e somente depois, o Presidente enviaria para o Congresso Nacional”, explicou o dirigente.
Em relação ao próximo concurso, a previsão é que o certame seja realizado ainda no mandato do atual Presidente da República, ou seja, até o ano de 2026.
“Tenho certeza que vai acontecer esse concurso antes de finalizar o governo, daqui a dois anos. Nós precisamos desse novo concurso e desses novos policiais, e estamos brigando para que isso aconteça. Então, nós acreditamos que existe, sim a possibilidade”, afirmou Marcus Firme.
Por fim, o dirigente ressaltou as demandas da categoria, dentre elas, o reajuste salarial, realizado de forma escalonada até 2026, quando a remuneração inicial deve ser de R$ 14.710,10 para os cargos de Agente, Escrivão e Papiloscopista, e R$ 27.831,70 para Delegado.
Confira a entrevista completa com o presidente da Fenapef:
Concurso Polícia Federal – Salários reajustados
Em maio de 2024, a Câmara dos Deputados aprovou reajuste salarial para servidores da Polícia Federal. O aumento será concedido de forma escalonada até 2026, com a primeira parcela paga a partir de agosto de 2024.
Para os cargos de Agente, Escrivão e Papiloscopista os salários iniciais ficarão:
- Agosto/2024: R$ 13.900,54;
- Maio/2025: R$ 14.164,81; e
- Maio/2026: R$ 14.710,10.
Já para os cargos de Delegado de Polícia Federal e Perito Criminal Federal, os valores iniciais do subsídio serão:
- Agosto/2024: R$ 26.300,00;
- Maio/2025: R$ 26.800,00; e
- Maio/2026: R$ 27.831,70.
Concurso Polícia Federal – 2.544 vagas solicitadas
O Ministério da Justiça e Segurança Pública confirmou ao Direção o envio de pedido de autorização para realização de novo concurso público, solicitando 2.544 vagas.
As oportunidades seriam distribuídas da seguinte forma:
- 1.115 cargos de Agente
- 364 cargos de Escrivão
- 261 cargos de Delegado
- 57 cargos de Perito
- 13 cargos de Papiloscopista
- 734 cargos de carreiras Administrativas
Resumo do concurso Polícia Federal
- Situação: edital solicitado
- Vagas: 2.544 (solicitadas)
- Cargos: Agente, Administrativo, Psicólogo, Perito, Papiloscopista
- Escolaridade: nível superior
- Salários iniciais: de R$ 13,6 mil a R$ 25,8 mil
- Link do último edital