Uma reportagem do jornalista André Biernath, publicada na Folha de S. Paulo ainda nesta semana, explica como acontecem os surtos psicóticos coletivos. Um episódio registrado no Acre, em 2015, foi citado.
O assunto voltou a ganhar repercussão no Brasil depois que um grupo de alunos de uma escola do Recife começou a apresentar uma série de sintomas inesperados como tremores, dificuldade para respirar, suor excessivo, desmaios e choros.
No total, 26 adolescentes tiveram esses incômodos de uma só vez, o que exigiu o envio de seis ambulâncias e duas motocicletas para atendimento de emergência. Apesar da confusão, nenhum dos acometidos precisou ser enviado para o hospital.
“Embora chame a atenção, episódios como esse não são exatamente novidade: surtos psicóticos coletivos, cujo nome oficial nos manuais de medicina é “reação psicogênica de massa”, são registrados há pelo menos 600 anos – desde o século 14, quando ocorreram as “febres” de dança incontrolável que acometeram povoados inteiros na Europa”, diz um trecho da reportagem.
“Até uma grave crise de estresse que afetou adolescentes do Acre após a vacinação contra o HPV em meados de 2015”, continua.
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Em entrevista concedida à Folha, o psiquiatra José Gallucci Neto explica que a reação psicogênica de massa é um problema “coletivo e compartilhado, que envolve sintomas físicos ou emocionais e para os quais não existe uma causa biológica ou um fator externo”.
“O que desencadeia esse processo é o psicológico, a proximidade e o compartilhamento de crenças entre as pessoas”, finaliza.
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