O tráfico de seres humanos ocorre para manter o mercado do turismo sexual, retirada de órgãos para comercialização, trabalho escravo, adoção ilegal de crianças e ritos religiosos.
O Acre é uma das rotas mais utilizadas para tráfico humano, principalmente mulheres, como explica o secretário de Justiça e Direitos Humanos do Acre, Nilson Mourão. “As meninas, geralmente de classes sociais mais baixas, são seduzidas por promessas de uma vida melhor, de ganhar dinheiro, ter uma vida diferente em outros país. Muitas vezes os próprios pais apoiam, são tantas promessas de melhoria para suas vidas que eles apoiam e somente depois de um tempo, se desesperam”.
Atualmente, a Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos acompanha quatro casos de tráfico de pessoas que vão desde trabalho escravo até exploração sexual infantil. Desses, apenas um não foi solucionado ainda.
“A família vêm até nós para denunciar, nós averiguamos, geralmente temos a ajuda dos diplomatas e das igrejas que são ponte nesse processo de identificação. Um caso em específico na Itália, a Igreja foi quem nos ajudou a encontrar uma moça e a trouxe até o Acre, nos entregando ela no aeroporto em segurança”, explica Nilson Mourão.
As principais rotas feitas pelo tráfico de humanos saindo do Acre são pelos países vizinhos como Bolívia e Peru, seguindo pelo Chile e chegando até a Europa, os principais países são Itália e Espanha. O Núcleo Estadual de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (NETP), ligado à Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) é o principal articulador dessa causa, sendo a ponte entre as vítimas e as instituições de apoio e combate a esse crime.
A data 23 de setembro foi instituída como o Dia Internacional contra a Exploração Sexual e o Tráfico de Mulheres e Crianças. No Brasil, o combate a essa prática é intensificado por meio de núcleos específicos e políticas regionalizadas.