Grande parte da Amazônia está prestes a enfrentar um espiral de desmatamento e seca neste século, segundo um novo estudo de pesquisadores alemães. As projeções dos cientistas apontam para a devastação de grande porção (até 38%) da região, que está em risco, como informa o Independent.
A pesquisa revelou um ciclo: a seca leva à redução de árvores que, por sua vez, leva à diminuição de frequência e intensidade de chuvas. Uma das responsáveis pelo estudo, a pesquisadora do Instituto Potsdam de Pesquisas sobre o Impacto Climático, Delphine Clara Zemp explica que, dada a grandeza e importância do local, mudanças em seu ciclo natural podem interferir em todo o globo.
— A floresta amazônica é um dos elementos fundamentais no sistema da Terra. Sabemos que, de um lado, as chuvas reduzidas aumentam o risco de morte da floresta e, do outro, a perda da vegetação pode intensificar as secas regionais. Porém, as consequências desse fato entre as plantas e a atmosfera não estavam claras.
O estudo, segundo a especialista, fornece uma nova visão sobre a questão, destacando que a ampliação da perda da vegetação está diretamente relacionada à redução da chuva. Outra questão trazida pela pesquisa é que a baixa umidade vinda do oceano também pode causar a perda de algumas áreas amazônicas.
Fotógrafo registra “por pura sorte” nativos isolados na Amazônia
A estumativa dos cientistas é que o impactos das mudanças climáticas colocam em risco entre 25% a 38% da floresta. As transformações já são visíveis, segundo Anja Rammig, também do Instituto Potsdam.
— Hoje, a estação mais chuvosa tem ainda mais chuvas e a estação seca está ainda mais seca devido à mudança das temperaturas de superfície do mar que influenciam o transporte de umidade nos trópicos. É incerto se esse clima vai continuar, mas as projeções indicam que é possível que haja seca generalizada na região.
Em onze meses, desmatamento florestal ilegal na Amazônia aumentou 29%