“A ordem nos presídios são emanadas pelo Estado e não ditadas pelos custodiados”, disse, em entrevista exclusiva ao ContilNet, o coronel PM reformado Paulo Cezar Santos, secretário de Segurança Pública do Acre, ao comentar manifestação feita na manhã desta quinta-feira (14), na Avenida Brasil, na frente do escritório do governador do Estado, por esposas de detentos no presídio estadual “Francisco Doliveira Conde” (Foc), em Rio Branco. As manifestações visariam pressionar o governo a afrouxar determinações do sistema de segurança pública que disciplinam com mais rigor as visitas, inclusive as de caráter íntimo, nas dependências do sistema penitenciário
Mesmo com informações de que as manifestações das mulheres obedeceriam ordens de comandantes de facções presos no sistema, o coronel Paulo Cezar afirmou que mediadores da Secretaria de Segurança Pública receberam, por ordem sua, uma comissão de mulheres de presos. “Enquanto elas se manifestarem de forma pacífica, como fizeram hoje, vamos ouví-las, mesmo que discordemos de suas reivindicações. De antemão, fiz chegar a elas nossas posições de que o Estado jamais vai abrir mão da ordem e da disciplina em relação aos custodiados”, afirmou..
Durante as manifestações, algumas mulheres denunciaram condições desumanas dentro do presídio. Uma mulher disse que muitos dos pavilhões do presídio estão sem energia elétrica, sem lâmpadas nas celas no período noturno e sem tomadas para a ligação de ventiladores.
Muitas mulheres denunciaram que seus maridos ou companheiros sofreriam maus tratos, embora não detalhassem que tipo de maus tratos. Os cartazes empunhados por ela falavam da necessidade de melhoria de condições de vida no presídio.
Paulo Cezar Santos disse que, na semana passada, numa visita dos responsáveis pela Vara das Execuções Penais, nada de irregular foi encontrado. “O que elas querem, a nosso ver, é relaxamento em relação às visitas, inclusive de caráter íntimo. Nossa ordem é para que seja rigorosamente cumprido o que diz a Lei das Execuções Penais e nada mais e que fique claro uma coisa: quem manda nos presídios é o poder público e não os custodiados”, disse o secretário.