O mercado de trabalho formal continua a se recuperar do choque causado pela pandemia de covid-19 no Brasil. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) explicam que 313.564 postos de trabalho formal foram criados no país em setembro.
O resultado do Caged representa o terceiro mês consecutivo de recuperação do emprego formal, que perdeu cerca de 1,5 milhão de vagas entre março e junho. Este também é o melhor resultado para o mês de setembro de toda a série histórica do Caged, iniciada em 1990. Por isso, para o Ministério da Economia “reafirma a retomada do crescimento econômico após a fase mais crítica da pandemia da covid-19”.
“É uma excelente notícia, confirmando a volta da economia. […] Não só estamos criando empregos em três meses seguidos, mas em ritmo crescente”, comentou o ministro da Economia, Paulo Guedes. Ele destacou que, com isso, o Brasil conseguiu recuperar metade dos empregos perdidos no auge da pandemia no acumulado dos últimos três meses. Afinal, também criadas 244 mil vagas em agosto e 139 mil em julho.
Dados apresentados nesta quinta-feira (29) pelo Caged mostram que esse saldo de 313,5 mil novas vagas é fruto de um aumento de 9% nas contratações entre agosto e setembro. Ao todo, no mês passado, o Brasil constatou 1,379 milhão de admissões e 1,065 milhão de demissões.
O governo destacou ainda que todos os setores da economia brasileira apresentaram saldo positivo do emprego em setembro. O destaque foi da indústria de transformação, que gerou 108.283 vagas no mês. Com isso, a indústria somou-se à construção e à agropecuária no grupo de setores que têm saldo positivo na geração de empregos no acumulado deste ano.
Serviços
Também vale ressaltar o resultado dos serviços. O setor responde por cerca de 2/3 da economia e dos empregos do país e tem demorado mais que o comércio e a indústria a se recuperar da pandemia. Porém, em setembro, dobrou a geração de vagas formais, de 42,5 mil em agosto para 80,4 mil em setembro.
Apesar dessa recuperação, o saldo do mercado de trabalho ainda é negativo neste ano. De acordo com o Caged, de janeiro a setembro, o país registrou 10,6 milhões de contratações e 11,1 milhões de demissões. O saldo, portanto, é negativo em 558,5 mil vagas.
Guedes, por sua vez, ressaltou que esse resultado é melhor que o registrado no mesmo período de 2015 e 2016. “Em setembro de 2015, tínhamos no acumulado do ano, em setembro, uma perda de 657 mil empregos. Em 2016, perdemos, também no acumulado até setembro, 683 mil empregos. Pois bem, no ano de 2020, pior pandemia da história, maior crise econômica nossa, perdemos 550 mil empregos. 100 mil empregos a menos do que em 2015 e em 2016”, destacou.
Para o ministro da Economia, esse resultado é fruto de medidas emergenciais tomadas na pandemia, como a Medida Provisória 936, que permitiu a realização de acordos de redução salarial e suspensão do contrato de trabalho neste ano. Segundo Guedes, essa medida ajudou a preservar cerca de 11 milhões de empregos. Por isso, evitou uma explosão do desemprego na pandemia. [Capa: ABR]