Após o relaxamento das medidas de restrição para contenção da pandemia, os números de casos e de mortes provocadas pelo novo coronavírus voltaram a subir.
Enquanto o debate político contamina as estratégias de vacinação, existe o temor da chamada segunda onda de contaminações , que, para os especialistas que participaram do debate “E Agora, Brasil?”, chegará ao país no início de janeiro, após as festas de fim de ano.
O evento sobre a pandemia da Covid-19 foi promovido na última quinta-feira pelos jornais O GLOBO e Valor Econômico, com patrocínio do Sistema Comércio, através da CNC, do Sesc, do Senac e de suas Federações.
“O que vai trazer a segunda onda para o Brasil são as festas de Natal e de fim de ano. Teremos o janeiro mais triste da nossa História porque nós falhamos em trazer uma consciência cívica da gravidade do que estamos vivendo”, alertou a pneumologista e pesquisadora da Fiocruz Margareth Dalcolmo.
Segundo a especialista, a epidemia “mudou de lugar”: saiu das ruas e entrou nas casas, porque os jovens, acreditando serem invulneráveis, abandonaram o isolamento social e levaram o coronavírus para seus pais e avós.
Especialistas preveem que números de casos e mortes devem crescer após festas de fim de ano.
Após o relaxamento das medidas de restrição para contenção da pandemia, os números de casos e de mortes provocadas pelo novo coronavírus voltaram a subir.
Enquanto o debate político contamina as estratégias de vacinação, existe o temor da chamada segunda onda de contaminações , que, para os especialistas que participaram do debate “E Agora, Brasil?”, chegará ao país no início de janeiro, após as festas de fim de ano.
O evento sobre a pandemia da Covid-19 foi promovido na última quinta-feira pelos jornais O GLOBO e Valor Econômico, com patrocínio do Sistema Comércio, através da CNC, do Sesc, do Senac e de suas Federações.
“O que vai trazer a segunda onda para o Brasil são as festas de Natal e de fim de ano. Teremos o janeiro mais triste da nossa História porque nós falhamos em trazer uma consciência cívica da gravidade do que estamos vivendo”, alertou a pneumologista e pesquisadora da Fiocruz Margareth Dalcolmo.
Segundo a especialista, a epidemia “mudou de lugar”: saiu das ruas e entrou nas casas, porque os jovens, acreditando serem invulneráveis, abandonaram o isolamento social e levaram o coronavírus para seus pais e avós.
“Lamento, não dá para fazer a festinha de Natal . Pode reunir no máximo seis ou sete pessoas, sob pena de expôr nossos entes queridos a um risco que eles não merecem. E não vai ter festa de réveillon, para que nós estejamos vivos para os próximos que virão”, afirmou Margareth.
Drauzio Varella ressaltou que a vacinação, apesar de já estar acontecendo em outros países, ainda é um sonho distante para o brasileiro. Além disso, disse o especialista, a vacina não é a solução definitiva.
O coronavírus vai continuar circulando, e as medidas de segurança deverão ser mantidas.
“Eu acho que, infelizmente, muitas pessoas vão morrer por causa das festas de fim de ano , em meio a essa ilusão de que agora temos uma vacina e o problema ficou para trás. Em 2021 teremos que tomar os mesmos cuidados: andar de máscara , evitar aglomerações, tudo igual. Qualquer outra mensagem é falsa, não está de acordo com a realidade”, afirmou o médico.
Margareth alertou para os riscos do discurso antivacina e de apologia a tratamentos ineficazes, inclusive por membros da comunidade médica.
Os especialistas reconhecem a dificuldade em se manter o isolamento e os cuidados, mas ainda são os únicos meios eficazes de prevenção à doença.
“É imperdoável um médico vir a público para falar que a vacina vai mudar o código genético das pessoas”, condenou a pneumologista.
A economista Monica de Bolle destacou o agravante de a segunda onda — ou a continuação da primeira, dado que a pandemia nunca foi controlada no Brasil — atingir o país num momento em que a população não terá a proteção do auxílio emergencial, e o governo, com o fim do estado de calamidade, terá pouco espaço de manobra orçamentária.
“O risco que nós corremos é o de termos uma espécie de convulsão social, de a população ir para as ruas. Nós não vimos isso até agora, mas está ficando cada vez mais difícil imaginar que isso não ocorra”, afirmou.