O estilista francês Pierre Cardin faleceu hoje, aos 98 anosno hospital americano de Neuilly, ao oeste de Paris. A morte foi confirmada pela família à Agência France Presse. A causa não foi divulgada.
“É um dia de grande tristeza para toda a nossa família, Pierre Cardin já não está entre nós. O grande costureiro que foi, atravessou o século, deixando para a França e para o mundo um patrimônio artístico único na moda, mas não só isso. Nos orgulhamos da sua ambição tenaz e da ousadia que demonstrou ao longo da vida. Foi um homem moderno de muitos talentos e energia inesgotável”, disse a família em nota.
Nascido em Veneza em 2 de julhos de 1922, filho de agricultores italianos que migraram para a França fugindo do fascismo.
Cardin começou a a trabalhar aos 14 anos como aprendiz de alfaiate na cidade de Saint-Etienne, na França.
O estilista ficou mundialmente conhecido por revolucionar a moda entre as décadas de 1960 e 1970, com sua estética futurista.
O estilista foi o primeiro designer de alta costura a desenvolver uma coleção “Prêt-a-porter”.
Em 1959 criou uma coleção feminina para uma loja de departamentos chamada Printtemps. Ele foi criticado por isso, alegavam que estaria popularizando seu nome.
Conciliando um o olhar sempre à frente com uma visão apurada comercialmente. Apresentou ternos masculinos com gola Mao e apostou em um estilo futurista e em uma linha unissex.
Com a intenção de deixar a moda mais acessível, em 1980 ele já havia estabelecido por volta de 540 contratos de licenciamento e seu nome se espalhou pelo mundo em acessórios e perfumes.
Pierre Cardin veio algumas vezes ao Brasil. Na década de 1960, ele se apresentou na Fenit e licenciou produtos no país.
Nos anos de 1980, seus ternos confeccionados pelas empresas dos irmãos Brett fizeram um enorme sucesso pelo Brasil e pelo mundo a fora.
O designer foi homenageado ao longo de sua carreira inúmeras vezes. No início de 2020 ele teve sua vida apresentada em um documentário chamado “Casa de Cardin”, mostrando o estilista ainda ativo, mesmo com quase 100 anos de idade.
Em uma das passagens, ele dizia “Não sou do tipo que se contenta com o que já foi feito e aceito. Eu estou feliz com o presente, mas nunca dou meu trabalho como terminado”.