O Ministério da Saúde formalizou, nesta sexta-feira (5/2), manifestação de interesse na Sputnik V, a vacina russa contra a Covid-19. Devem ser importadas 10 milhões de doses para início da vacinação no Brasil. A previsão é de que a quantidade aumente com a fabricação do imunizante no Distrito Federal.
Representantes da União Química – farmacêutica que detém acordo para produção do imunizante no país – e da pasta federal se reuniram nesta manhã.
O encontro estava marcado para as 10h. Ao chegar à sede do Ministério da Saúde, o dono da União Química, Fernando Marques, disse: “A expectativa é de que tenhamos vacina, pelo amor de Deus. O povo está morrendo”.
O diretor de Negócios Internacionais da empresa, Rogério Rosso, afirmou que espera avanço na conversa com o governo federal. Os executivos chegaram por volta das 9h45.
Anvisa
A farmacêutica tenta a liberação da autorização de uso emergencial junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Nesta semana, o órgão simplificou as regras para o processo.
Para solicitar o registro pela modalidade, não será mais necessário que as indústrias interessadas submetam suas fórmulas à terceira fase do estudo em território brasileiro. Isso pode facilitar a liberação da Sputnik V, que ainda não tem autorização para a fase 3 dos testes no país.
As empresas, porém, deverão se comprometer a entregar todos os dados, terminar o desenvolvimento do imunizante e apresentar o medicamento para registro completo no futuro. A agência terá até 30 dias para dar uma resposta, a partir dos pedidos das farmacêuticas.
Produção
Em entrevista ao Metrópoles, o dono da União Química, Fernando Marques, afirmou “não ter dúvidas” de que a vacina será incorporada ao Plano Nacional de Imunização. “É uma questão de tempo. Minha ansiedade é que ela entre logo”, ressaltou.
A União Química iniciou no Brasil o processo de produção do IFA [insumo farmacêutico ativo], que é matéria-prima do imunizante, para fins de teste-piloto. A previsão do empresário é de que a fabricação da Sputnik V comece entre março e abril e chegue a 8 milhões de doses por mês até maio.
Um estudo publicado pela revista científica The Lancet na terça-feira (2/2) apontou que a Sputnik V demonstrou eficácia de 91,6% contra o novo coronavírus. A proteção contra quadros moderados e graves chegou a 100%.