Eduardo Ribeiro confirma encontro com PSDB, “conversei sobre esse novo momento”

Nosso entrevistado da semana na coluna é o advogado Eduardo Ribeiro, que essa semana teve seu nome em evidência nos portais do Acre, como possível novo integrante do governo Gladson Cameli, e de que estaria a caminho do ninho tucano. Nosso bate papo foi sobre estes e outros assuntos, confira.

RORAIMA ROCHA – Você foi candidato numa chapa majoritária nas últimas eleições, e apesar de não ter sido o grupo vitorioso, é uma experiência que sempre traz ensinamentos. O que de positivo ficou e como foi essa primeira experiência?

EDUARDO RIBEIRO – Para mim foi uma experiência fantástica. A gente só tem dimensão da sociedade que a gente vive, quando a gente caminha, conversa e de fato conhece a realidade das pessoas. Então foi mais uma oportunidade de eu estar mais perto da comunidade, e de conhecer a realidade que muitas vezes não é aquela que nos é mostrada. Vi a dificuldade em que muitas pessoas vivem, coisas que a gente vê que são possíveis de trazer melhorias do ponto de vista social. Algo que despertou essa vontade, e me fez aceitar o convite pra ser candidato, foi minha experiência quando estive no Incra, e andei por todo estado, fui de Rio Branco às margens do Rio Macauã. E a gente vê que as pessoas ainda vivem dependendo muito do estado, de políticas públicas, e isso faz com que a gente queria enquanto cidadão dar nossa contribuição. Então durante a última campanha, reforçou em mim, e em quem estava andando comigo, a vontade de querer fazer mais em benefício da população.

RR – Nesse último pleito ficou perceptível o valor que você dá à sua família. Em todos os atos, sua esposa, filha, mãe estavam presentes. O seu pai já foi deputado, também tem uma trajetória na política, ele é uma fonte de inspiração pra você?

ER – Não tenha dúvida. A família é o bem mais precioso que a gente tem. Eu procuro preservar muito essas questões. Eu tenho pelos meus pais um amor muito grande. Minha mãe, por exemplo, estava em todos os eventos. E ela tem algo muito bonito que é dela, que é um sentimento de humanidade muito grande, irradia dela, e me passa muita tranquilidade. Meu pai também é um grande conselheiro que eu tenho na vida, tenho muito amor e admiração, e é muito bom quando a gente tem essa relação saudável com os pais, com a família.

RR – Você é uma pessoa com experiência, preparado tecnicamente, para ocupar um cargo público, mas a gente vê pelas últimas eleições que a população tem elegido candidatos com perfil menos técnico e mais populista, até com discursos rasos na maioria das vezes. Como você vê esse cenário? A população tende a permanecer elegendo pessoas com esse perfil ou você acha que o que houve pode ser um divisor de águas e isso vai mudar?

ER – Muito mais que o preparo acadêmico, precisamos considerar se a pessoa é preparada para estabelecer conexões, ouvir o outro, construir relações, para se fazer de fato um representante do povo, e pelo bem do povo. Eu acredito muito nesse caminho. O bom político tem que observar as necessidades da população e vincular ao que de bom ele pode fazer, por meio de seu preparo e experiência. Nesse ponto a população tem um papel muito importante e creio que todos estão acordando, inclusive, pra essa nova forma de fazer política. Não acredito em pessoas que não gostam de pessoas. O político pode ser o mais capacitado, mas se ele não gosta de pessoas não está preparado para ser nosso representante. Para ser político tem que ter compaixão, tem que observar o próximo, e contribuir para trazer mais dignidade para as pessoas as quais ele representa.

RR – Hoje faz 100 dias que o atual prefeito está na gestão. A gestão do prefeito Bocalom passou por dois momentos que há muito tempo não víamos e que estão diretamente ligadas a falta de diálogo. Como você avalia essas situações?

ER – Enquanto eu estive ocupando cargos públicos, tanto no Incra, e quando também estive a frente da Secretaria Municipal de Administração, sempre fiz questão de manter o diálogo, a porta do meu gabinete sempre esteve aberta, recebi diversas vezes os sindicatos, sempre tratando essas questões com a transparência que o trabalhador merecia, entendendo que eles mereciam e esperavam que eu fosse um gestor que trataria tudo com muita responsabilidade, começando pelo diálogo. Fiquei muito triste com o ocorrido, acredito que toda sociedade ficou também, ao ver os trabalhadores sendo atacados daquela forma. E não coloco a culpa na PM, não posso colocar a culpa em quem foi ordenado. O que custa ter respeito pelas pessoas? Não vejo dificuldade em estabelecer diálogo com os trabalhadores, ouvir a outra parte, se o que as pessoas mais querem é ser ouvidas. Isso é o que talvez esteja faltando na gestão do prefeito Bocalom. Veja bem, eu estive numa chapa contrária, mas eu moro em Rio Branco, minha família também, então eu desejo que dê certo. Acho que uma boa sugestão é que ele conversasse mais, que ouvisse mais.

RR – É perceptível o respeito e admiração que o governador Gladson Cameli tem por você e essa semana foi noticiada a possibilidade de você ir para o governo. Você aceitaria o convite?

ER – Posso falar de coração aberto, que meu interesse nunca foi de ocupar cargo no governo, até porque se fosse, eu já estaria lá, mas eu quero muito que o governo do Gladson dê certo, eu gosto muito dele, eu sinto que ele quer mesmo fazer o melhor para o nosso povo, ele tem se esforçado muito na pandemia, tem lutado em busca da vacina, entre outras coisas boas que ele tem feito como gestor. O governo dele dando certo, nós vamos diminuir o sofrimento da nossa população, especialmente porque vamos viver um momento muito delicado que é o pós pandemia. Eu estive com ele, conversamos e me coloquei a disposição para ajuda-lo independente de estar ou não no governo, que ele me tenha como um amigo para ajudar o estado, para que a gente possa sair o quanto antes desse período difícil e construir um novo momento.

RR – Essa semana também falou-se na sua ida para o PSDB. Existe essa possibilidade?

ER – Vejo o PSDB como um partido que consegue equilibrar a questão social com a econômica, no momento que a gente está passando, principalmente, no âmbito nacional, é um partido que muito pode ajudar na reconstrução do país. Tenho grandes amigos no PSDB, e tive de fato conversando com o com Correinha (presidente do Partido) sobre a construção desse novo momento, inclusive, de ter novas lideranças, mas ainda tenho que conversar com o presidente do PDT, ainda preciso ter esse diálogo internamente. O PDT é um partido que escolhi pela história, de grandes lideranças, e eu tenho muita gratidão por toda trajetória do partido, nas eleições municipais tivemos um trabalho bacana de conseguir eleger três vereadores e isso passa também pelo fato de termos tido uma chapa concorrendo a vaga majoritária, mas ainda estamos tratando tudo isso.

RR – Você é candidato em 2022? Se sim, concorre para qual cargo?

ER – Sou candidato sim, mas sobre o cargo estou conversando com a família, amigos e pessoas próximas sobre qual melhor caminho a seguir. Te confesso que, com a experiência da última eleição, fiquei ainda mais apaixonado com a ideia de poder ajudar as pessoas que mais necessitam, e pretendo fazer isso, mas essa questão sobre qual a melhor forma, vai ser tratada mais pra frente para que a gente possa definir qual será a nossa trajetória.

RR – Numa candidatura proporcional, geralmente, os candidatos determinam uma bandeira de luta, uma causa. Você tem algum tipo de bandeira com a qual você identifica mais?

ER – Acredito que é possível trabalhar geração de emprego, investimentos, comércio, indústria, agronegócio e a inclusão social. Me sinto bem, quando é possível trabalhar para alavancar a economia de um estado, mas fazendo com que a maior parte desse recurso seja investido no apoio e ajuda para quem realmente mais precisa. Se eu voltar à vida pública, acredito que o que realmente vai me fazer bem é saber que de fato eu pude trabalhar pelo meu estado, minha cidade, com transparência e responsabilidade e ser de fato um diferencial na vida da minha comunidade. O político do futuro tem que ter esse equilíbrio, tem que avançar, gerar emprego e renda, mas ao mesmo tempo ser uma porta voz das necessidades de quem mais precisa.

RR – Pra finalizar nossa entrevista queria que você falasse um pouco sobre sua perspectiva de futuro.

ER – Não podemos nunca deixar de ter esperança, ter fé, nos unirmos, pois acredito que em breve teremos uma retomada econômica, que o estado vai trabalhar por isso. O momento pede cuidado, responsabilidade mas também união e muito trabalho, para que logo a gente consiga se recuperar e melhorar a vida de todos!

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