Agência negou autorização para a vacina no Brasil e afirmou que ela contém vírus replicante, uma falha de segurança grave; russos dizem que decisão foi política e pedem ação do STF para liberar o imunizante, aprovado em 62 países; controvérsia está ligada a diferença entre norma russa e americana
“Verificamos a presença de adenovírus replicante em todos os lotes. Isso é uma não-conformidade grave e está em desacordo com o desenvolvimento de qualquer vacina de vetor viral. A presença de um adenovírus pode ter impacto na nossa segurança”, declarou Gustavo Santos, gerente-geral de medicamentos e produtos biológicos da Anvisa, durante a assembleia de ontem à noite (dia 26 de abril) em que a agência negou a autorização de importação da Sputnik V.
É uma acusação grave, e inédita no mundo: até o momento, a Sputnik recebeu autorização para uso emergencial em 62 países, sem que nenhuma outra agência regulatória tenha apontado problema similar.
A Sputnik V foi desenvolvida pelo Instituto Gamaleya, na Rússia, e é uma vacina de vetor viral – mesma tecnologia usada na vacina da Universidade de Oxford e na da Johnson & Johnson. As vacinas desse tipo usam um vírus inofensivo como veículo: ele transporta uma “carga” para dentro do corpo humano. Tanto na Sputnik quanto nas vacinas de Oxford e da J&J, essa carga é um conjunto de genes – que fazem o organismo produzir a proteína spike, principal elemento do coronavírus. Quando isso acontece, o sistema imunológico reconhece a proteína spike, cria anticorpos contra ela, e a pessoa fica protegida contra o Sars-CoV-2.
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