Filho de Tim Maia sobre álbum inédito do pai: “Atemporal”

Uma joia encontrada nos arquivos da gravadora Vitória Régia ganha o mundo hoje.

O álbum Yo Te Amo, com nove faixas de Tim Maia cantando seus grandes sucessos em espanhol, tem lançamento mundial através da Altafonte.

No repertório, versões de Eu te Amo, Azul da Cor do Mar, Primavera, entre outros hits.

Tudo cantado com o suingue e vozeirão de um dos maiores artistas da história da música brasileira.
As fitas encontradas por seu filho Carmelo Maia precisaram de tratamento especial e foram restauradas e remasterizadas pelo engenheiro de som André Dias.
O lançamento é uma homenagem a Cassiano, um dos maiores parceiros de Tim e que nos deixou este ano.

 

Tim Maia

Reprodução

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“Estava no estúdio digitalizando parte do acervo do material que meu pai deixou. Na verdade, eu tenho um baú quase sem fundo onde Tim Maia tem lá seus mistérios e eis que de repente eu o escuto não com aquela voz grave mas um timbre muito próximo ali da década de 70 e cantando em outro idioma”, lembra Carmelo Maia, filho de Tim, produtor e responsável pelo projeto.

Ele conta que lhe faltou ar nesta hora. O ambiente todo estava ali no material. As falas, o jeitão, a respiração, os erros de gravações.

“Fiz questão de deixar tudo como estava. Minha reação foi a mesma de receber um filho. Foi pura emoção e felicidade plena. Tim Maia foi um extraterrestre ou um cometa que passou em forma de humano. É atemporal e nos alimenta de amor com o poder da sua música”, acredita.

“Gostoso pra mim é que amo surpresas e administrar as obras de um artista desta magnitude é o melhor brinquedo que já inventaram. Faço meu pai renascer através dos musicais, biografia, músicas inéditas vindo do baú e isso sempre leva para um único lugar. Ele não morreu, está vivo e ao nosso lado”, garante.

Ganhador de múltiplos prêmios Grammy, o engenheiro de som André Dias afirma que este foi o trabalho foi um dos mais desafiadores e emocionantes da sua carreira.

“Tive que usar soluções de engenharia muito específicas, com alto nível de complexidade para reconstruir e restaurar partes perdidas e danificadas do conteúdo”, conta.

Foram meses restaurando trecho a trecho de cada música.

” A manipulação era ultra complexa para reconstruir cada (substitua o ‘cada’ por ‘o’ espectro, fase espectral, estrutura harmônica, distribuição espacial e imagem stereo para que cada nuance, cada detalhe e toda a magia dos arranjos e da performance fossem percebidos”, explica André.

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