A Polícia Militar do Acre publicou, nesta quarta-feira (30), uma portaria que poderá penalizar agentes que fizerem uso indevido das redes sociais, com possíveis prejuízos à imagem da instituição.
O documento é assinado pelo comandante geral da corporação, coronel Paulo César da Silva. A medida veio após policiais militares acreanos terem sua imagem amplamente explorada nas redes sociais e na imprensa.
Entre eles está o famoso “trisal”, como é popularmente chamado um relacionamento entre três pessoas. Dois sargentos da PM de Brasileia, Alda e Erisson Nery, fazem parte do casamento poliamoroso. Eles chegaram a ter um perfil nas redes sociais onde falavam sobre a vida a três.
Outro exemplo é o sargento Paz, famoso por protagonizar o programa Polícia 190 Acre, no YouTube, que mostra a rotina do trabalho da PM no combate ao crime. Além disso, ele costuma dar entrevistas a programas locais veiculados na web, como podcasts.
A portaria tem o objetivo de regular o uso das mídias sociais por parte dos agentes da PM. Entre as redes citadas no documento estão Facebook, WhatsApp, Snapchat, Instagram, Messenger, Twitter, Badoo, Flickr, Foursquare, YouTube, Telegram, TikTok, Google+, VK, Reddit, Parler, Linkedln, My Space, Sonico, blogs, flogs e outras que surgirem.
A PM argumenta que as ações do policial militar devem sempre ser revestidas de profissionalismo, legalidade e respeito à vida, à integridade e à dignidade das pessoas, “pois os integrantes da corporação sempre representam a imagem institucional”.
“O militar deve se portar nas redes sociais com a mesma postura sob a qual se mantém no ambiente de trabalho ou na vida particular, respeitando o código de ética dos militares estaduais, pois, no que pese o mundo virtual ser meio diverso, as ações e consequências são as mesmas do mundo real”, diz a portaria.
O material justifica ainda que ao criar e disponibilizar imagens fardado ou com instrumentos ou locais que o vinculem à corporação em redes sociais, o policial não está apenas se identificando como pessoa física, mas representando a instituição inteira.
A depender do uso indevido, os agentes poderão responder por calúnia, difamação, injúria, ameaça, violação de segredo profissional e infração disciplinar.