Eleição histórica no Peru é marcada por candidatos com alta rejeição e visões opostas

Os eleitores peruanos votam, neste domingo (13/6), no segundo turno da eleição presidencial entre dois candidatos completamente opostos, que representam, de um lado, a política tradicional populista e, do outro, a promessa de guinada total no sistema em vigor no país.

Pelos perfis extremamente adversos da candidata Keiko Fujimori, da Fuerza Popular (Força Popular), e de Pedro Castillo, do Perú Libre (Peru Livre), a votação está sendo chamada de “histórica” entre analistas e eleitores peruanos, em meio a uma crise política e sanitária que não tem precedentes.

Candidata pela terceira vez, Keiko é velha conhecida dos peruanos, tanto por sua própria trajetória – ela chegou a ser detida sob acusação de ter recebido US$ 1,2 milhão irregularmente da empreiteira brasileira Odebrecht no Peru – como pelo fato de ser filha do ex-presidente Alberto Fujimori (1990-2000), atualmente preso por abusos de direitos humanos.

Keiko defende a manutenção das regras econômicas atuais, como o livre comércio e medidas que facilitem os investimentos externos, incluindo a mineração, um dos alvos nos planos de nacionalização de seu opositor – a quem ela costuma se referir como representante do “comunismo”.

Quando criticada pelos erros na gestão de seu pai, que foi condenado em 2009 como autor intelectual de matanças que deixaram 25 vítimas no país – ela costuma responder que 20 anos se passaram, pediu desculpas e responsabiliza os governos que o sucederam pelas crises em curso no país andino.

“O problema de Keiko são as bagagens que carrega, uma de seu pai e outra de si mesma”, disse à Reuters o analista político Fernando Tuesta.

Para ela e para seus eleitores, porém, o opositor Castillo representa a “imprevisibilidade”.

Já para os apoiadores de Castillo, ele simboliza a esperança da “inclusão”, num país com as bases econômicas nos trilhos, mas que, apesar dos números, não levou o estado de bem estar a todos.

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