O ministro da Justiça, Anderson Torres, e o coronel da reserva Eduardo Gomes negaram ter quaisquer provas de fraudes nas eleições em depoimentos prestados nesta quinta-feira ao corregedor-geral eleitoral, ministro Luis Felipe Salomão. Os dois participaram de uma transmissão ao vivo em que o presidente aposentaria provas de irregularidades nas urnas eletrônicas, mas fracassou.
Os depoimentos foram prestados no âmbito do inquérito administrativo aberto no último dia 3 pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para investigar o presidente por ataques ao sistema eleitoral.
Na avaliação do TSE, na “live” realizada na última quinta-feira em que prometeu apresentar provas de fraudes nas eleições, mas não fez , Bolsonaro teve “possível conduta criminosa”. O presidente também vem ameaçando a realização das eleições caso o voto impresso não seja implementado.
O inquérito administrativo foi aberto por sugestão do corregedor do TSE, o ministro Luis Felipe Salomão. Em junho, ele já havia determinado que Bolsonaro explicasse as acusações que fez contra as urnas eletrônicas. O prazo para resposta vence nesta segunda-feira, mas, até agora, Bolsonaro não se manifestou.
Na proposta de abertura de inquérito administrativo, Salomão apontou que “a preservação do Estado democrático de direito e a realização de eleições transparentes justas e equânime demandam pronta apuração e reprimenda de fatos que possam caracterizar abuso de pode econômico, corrupção ou fraude, abuso do poder politico, o uso indevido dos meios de comunicação social, uso da máquina administrativa e ainda propaganda antecipada”.
Por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro da Justiça também prestará depoimento à Polícia Federal no âmbito do inquérito das fake news sobre sua participação na live de Bolsonaro marcada por ataques às urnas eletrônicas e aos ministros da Corte.
Ainda nesta quinta, Moraes pediu ao TSE que analise possível campanha eleitoral antecipada por parte do ministro da Justiça Anderson Torres, por causa de sua participação em uma live com o presidente. O ministro do STF encaminhou um ofício ao corregedor-geral do TSE relatando o caso e pedindo que ele adotasse as providências cabíveis “notadamente em relação a eventual campanha eleitoral antecipada”.