Se você está cansado das atribulações de nosso mundo, como aquecimento global e pandemia, e quer fugir de tudo e de todos, preste atenção: a Nasa está procurando voluntários para uma missão de um ano em “Marte”. Na verdade, em um análogo de um hábitat no planeta, que será impresso em 3D pela empresa norte-americana Icon Technology e construído no Centro Espacial Johnson, próximo a Houston, no Texas.
O espaço, batizado de Mars Dune Alpha, terá 160 metros quadrados. Os escolhidos serão remunerados, e trabalharão em uma missão de exploração marciana simulada, completa com caminhadas na “superfície marciana“, comunicações limitadas com a Terra, comida e recursos restritos e falhas de equipamento.
A NASA está planejando três desses experimentos, com o primeiro começando no outono do próximo ano. Toda a alimentação será “comida de astronauta” pronta para comer, e no momento não há planos para incluir janelas no hábitat. Algumas plantas serão cultivadas, mas não serão batatas como no filme “O Marciano”, com Matt Damon.
“Queremos entender como os humanos agem nestes ambientes”, disse a cientista Grace Douglas. “Estamos olhando para situações realistas de Marte”. Infelizmente, os requisitos de seleção são bastante exigentes.
Candidatos devem ser cidadãos norte-americanos ou ter visto de residência permanente, entre 30 e 35 anos de idade e mestrado em um campo como matemática, engenharia ou ciências biológicas, físicas ou da computação.
Além disso, devem ter 2 anos de experiência profissional no setor, ou experiência de pelo menos 1.000 horas no comando de aeronaves a jato. Além disso, devem ser capazes de passar pela avaliação física de astronautas para missões de longa duração.
Em declaração ao site Phys, o astronauta canadense Chris Hadfield afirma que os requisitos indicam que a Nasa procura pessoas com perfil próximo ao de um astronauta que realmente desempenharia esta missão. Isso é bom já que, segundo ele, esforços anteriores como a missão russa Mars 500 não terminaram bem porque as pessoas eram mais próximas do cidadão comum.
Passar um ano longe de tudo e de todos pode ser uma coisa boa, para a pessoa certa, diz Hadfield. Segundo ele, isso daria aos participantes “liberdade incrível”. “Imagine o quanto de Netflix você poderá assistir”, brincou. “Se você levar um instrumento musical, poderá entrar no experimento não sabendo nada e sair como um músico capaz de se apresentar em um concerto, se quiser”.