Em entrevista à CNN, o professor de relações internacionais Carlos Gustavo Poggio afirmou que “é preciso muito mais que um discurso na ONU (Organização das Nações Unidas) para mudar a imagem de um país”. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido embarcou neste domingo (19) para Nova York, nos Estados Unidos, onde vai participar da Assembleia-Geral da ONU e discursará na abertura do debate geral dos chefes de estado. A reunião acontece na terça-feira (21).
Poggio destacou duas diferenças do próximo discurso de Bolsonaro na ONU e o realizado no ano passado. O Brasil tradicionalmente abre a Assembleia-Geral das Nações Unidas.
“A primeira é o fato de que Donald Trump, que é o grande ídolo político do presidente brasileiro, não é mais o presidente dos Estados Unido. Com Joe Biden na presidência, que é alguém que vê Bolsonaro de forma muito desconfiada, o tom do seu discurso pode se alterar um pouco”, explicou
De acordo com o professor, o segundo ponto é o fato de Ernesto Araújo não ser mais o ministro das Relações Exteriores, e sim Carlos França. “Temos agora um diplomata profissional”, afirmou Poggio.
“Esses indícios talvez nos levem a crer que ouçamos um discurso um pouco mais normal da parte do presidente Bolsonaro, o que não significa que deva ter grande impacto do ponto de vista internacional.”
Antes de embarcar para os EUA, Bolsonaro afirmou que seu discurso “mostrará a realidade do Brasil” para o resto do mundo. Segundo informações do analista da CNN Caio Junqueira, o texto que está sendo preparado será alinhado com a agenda que o mundo tem cobrado do Brasil.
Além do discurso, o chefe do Executivo também terá uma agenda de encontros com outras autoridades. Uma delas é com o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, marcada para esta segunda-feira (20).