O Fluminense pode tirar uma lição do amargo empate em 1 a 1 diante do Juventude ontem, em jogo atrasado do Brasileiro: de que não precisa ter medo de atacar. A temporada tricolor criou uma identidade reativa, de uma equipe mais preocupada em se defender do que ir à frente. Quando largou esse estigma, fez um bom jogo no Maracanã. Ao retornar às origens, sofreu um golpe duro. A sensação é de que a equipe do técnico Marcão evolui a cada rodada, mas ainda precisa se livrar de algumas amarras.
Com o resultado, o Fluminense subiu para a 11ª posição com 22 pontos, mesma pontuação do clube gaúcho, que está em 13º. Uma vitória teria colocado o tricolor na oitava posição, perto do G6.
A boa postura do Flu deveu-se principalmente a Jhon Arias. Destaque da equipe, o reforço colombiano foi o responsável por fazer o Fluminense iniciar bem a partida e se apresentar ao ataque. As movimentações já mostram alguma evolução em comparação ao que era visto antes, mas ainda falta mais eficiência na hora da finalização.
Toques rápidos pelo meio com Nonato, Arias e Yago, que tentou lançar Fred na área, mas tinha Lucca livre na direita; ou a chance clara de Samuel Xavier, de frente para o gol, que chutou para fora após boa troca de passes, são exemplos.
— Acho que tentei caprichar muito, se eu só acertasse o gol seria bom. Infelizmente, o futebol é assim, mas é bola para frente. Foi um empate ruim, que não estava nos nossos planos — analisou Samuel Xavier.
Ao abrir o placar, o Fluminense deu uma resposta para si mesmo. Fred fez um belo trabalho de pivô e achou passe para Jhon Arias tocar na saída do goleiro com categoria.
Antes, o tricolor tinha se se tornado refém da bola parada para fazer gols. Dos dez marcados desde o início de agosto, cinco foram de pênalti, um de cruzamento de falta, um de falta e outro de segunda bola de escanteio. Apenas o de Yago na derrota por 4 a 2 para o Inter, no Beira-Rio, e o de Bobadilla, em bola disputada diante do Bahia, não nasceram desta forma.
Após abrir o placar, o Fluminense preferiu administrar o resultado a tentar matar o jogo, e acabou punido.
Antes mesmo de sofrer o empate, o tricolor escapou em uma marcação afobada do árbitro Heber Roberto Lopes, que deu falta em uma saída equivocada do gol de Marcos Felipe.
Em outra falha da defesa no jogo aéreo, o Juventude chegou ao empate. Em falta na entrada da área, Lucca tentou cortar e mandou contra o próprio patrimônio, encobrindo Marcos Felipe.
No fim, a busca pela vitória foi atrapalhada por ataques afobados. Luiz Henrique entrou bem, mas Cazares mais uma vez pouco conseguiu acrescentar à equipe, assim como Bobadilla.
O Fluminense volta a campo na próxima terça-feira, diante da lanterna Chapecoense, na Arena Condá. O Juventude joga no mesmo dia, visitando o Corinthians.