A polícia do Rio de Janeiro investiga o assassinato do escritor e capoeirista Leuvis Manuel Olivero, 38 anos. O crime ocorreu no dia 10 de outubro, em uma rua do bairro Barra da Tijuca. Segundo testemunhas, o homem andava normalmente pela rua, quando um carro se aproximou e, de dentro dele, foram feitos os disparos. Os policiais ainda não sabem a motivação do assassinato.
Os disparos atingiram a cabeça e o abdômen. Uma equipe do Corpo de Bombeiros chegou a ir até o local, mas o escritor já havia morrido quando os médicos chegaram.
Olivero nasceu na República Dominicana, mas era cidadão dos Estados Unidos. No Brasil há quase dez anos, o capoeirista deixa um filho e uma namorada, com quem morava no Rio de Janeiro.
Entre os onze livros publicados por Olivero, um homenageava a vereadora carioca Marielle Franco, também assassinada a tiros na cidade. Outra publicação do autor, segundo a rádio Band News, criticava o governo de Jair Bolsonaro (sem partido).
Neste fim de semana, amigos da vítima foram à rua em que ele foi assassinado em protesto por investigações mais rápidas e transparentes. O sepultamento será nos EUA, mas ainda não há data.
Familiares fazem vaquinha online para que enterro seja nos Estados Unidos
Familiares e amigos do escritor Leuvis Manuel Olivero Ramos, de 38 anos, morto a tiros na noite de domingo, na Tijuca, na Zona Norte do Rio, estão fazendo uma vaquinha na internet a fim de arrecadar dinheiro para que o sepultamento dele seja realizado nos Estados Unidos. O objetivo é conseguir juntar US$ 15 mil.
A Delegacia de Homicídios da Capital (DH) investiga o caso para descobrir quem matou o escritor e porquê.
Lu, como era carinhosamente chamado, nasceu na República Dominicana e se naturalizou americano. Os amigos contaram que, há pouco mais de dez anos, ele deixou os Estados Unidos para viver no Brasil.
“Você nunca sabe aonde sua criatividade o levará… Leuvis Olivero, de Lawrence, Massachusetts, viveu uma vida de aventuras e sua sede por conhecimento, comunidade e arte o levou ao Brasil; onde abraçou a história do país, a política, a capoeira e principalmente a rua.”, diz o texto da vaquinha online.
Um amigo do escritor, que preferiu não se identificar, contou que Lu era muito engajado em causas sociais.
“Ele era muito envolvido com causas sociais e combatia o preconceito de todas as formas, o religioso, racial, social. Ele era um cara positivo, um pacifista e se envolvia muito nas causas em que lutava. Fora sua militância, ele era um grande pai, estava com a sua filha em tudo que é canto. Um grande homem, super inteligente, solícito e ajudava todo mundo”, falou.
Os amigos também contaram que Olivero já chegou a comentar que se sentia perseguido.
O escritor já tinha 11 livros publicados um deles em homenagem à vereadora Marielle Franco, entitulado ‘Memória Viva’ e outro com uma crítica ao governo de Jair Bolsonaro, chamado ‘Enquanto o ódio governava, a rua falava’.
“Enquanto lamentamos nossa perda, esteja ciente de que tudo está pendente. Nosso foco agora é trazer Lu para casa e celebrar sua vida”.