A expansão das favelas no Brasil dobrou nos últimos 35 anos, aponta um levantamento feito pela Mapbiomas – iniciativa de universidades, ONGs e empresas de tecnologia. E o Amazonas é o estado com maior porcentagem de áreas com favelas do país.
Moisés Teixeira mora há 3 anos em uma favela na zona norte de Manaus. As ruas não são asfaltadas, as ligações elétricas são improvisadas e as casas ficam às margens de um igarapé. Também não há escolas e é necessário caminhar muito para usar o transporte coletivo. Esses são alguns dos problemas causados pelo crescimento desordenado nos centros urbanos.
Em 1985, eram 89 mil hectares de favelas no país. No ano passado, o número saltou para 184 mil hectares. Isso significa um crescimento equivalente a 95 mil campos de futebol ou a três vezes a área da cidade de Salvador.
O bioma que mais sofreu com essa expansão foi a Amazônia, onde foi identificado um aumento de mais de 18% das ocupações informais.
Segundo o levantamento, o Amazonas é o estado com maior porcentagem de ocupações informais do país, liderando com 45%. Em seguida, vem o Amapá com 22%, o Pará com 14% e o Acre com pouco mais de 12%.
Entre as capitais, Belém fica em primeiro lugar em relação à expansão de favelas. Mais da metade do território é ocupado por elas, um total de 51,77%. Manaus vem em seguida, com 47, 84%.
O que se espera com esse estudo é mostrar como as cidades evoluíram, saibam e conheçam o quanto cresceu. A análise temporal das áreas ocupadas informalmente no país mostra que elas são mais sensíveis às políticas econômicas e sociais, crescendo mais em períodos de retração do PIB.