Depois da ausência em 2020 devido à pandemia do coronavírus, Lewis Hamilton está em solo brasileiro para disputar o GP de São Paulo da Fórmula 1. Terra natal de seu maior ídolo, Ayrton Senna, o país é um velho conhecido do britânico, que conquistou no Autódromo de Interlagos em 2008 seu primeiro título mundial. Mas além da história nas pistas – e apesar da tensão dentro delas na disputa contra Max Verstappen -, o heptacampeão falou com leveza sobre sua relação com o Brasil e o esporte como paixão nacional, incluindo o plano de desbravar lugares que ainda não pôde conhecer pela F1.
– Tenho um carinho muito grande pelo Brasil. É como se fosse meu lar, e eu queria inclusive voltar pro Natal, já fui convidado pra vir até. Tem partes lindas do país que eu preciso conhecer mas eu tenho que tirar um tempo pra isso! Quando eu parar de correr, com certeza vou fazer isso; no Rio de Janeiro, por exemplo. Quando a gente chega aqui e vê a história dos grandes pilotos do passado, sentimos que fazemos parte dessa história. É uma honra ser um dos únicos que têm a oportunidade de pilotar em Interlagos – comentou.
Em Interlagos, palco do GP de São Paulo neste fim de semana, Hamilton venceu em 2016 e 2018. A lembrança mais intensa, porém, foi de sua segunda corrida no circuito paulista, há 13 anos: quando ainda era piloto da McLaren, viu o rival local Felipe Massa faturar a prova, mas um “milagre” no fim da etapa lhe garantiu seu primeiro de sete títulos mundiais com apenas um ponto de vantagem sobre o brasileiro da Ferrari.
Ao recordar dos sentimentos que provou em 2008, o britânico destacou o peso de suas memórias de infância sobre o Brasil que ainda estava conhecendo na época e não poupou elogios ao comentar sobre sua experiência no país nas temporadas seguintes:
– Hoje na internet eu estava vendo um replay daquela corrida. Lembro da primeira vez que vim pro Brasil. Cresci jogando no computador e eu sempre escolhia o time do Brasil porque adorava a cor da seleção, era parecido com meu capacete e o do Ayrton. Até então eu nunca tive um contato mais pessoal com o país, mas lembro que quando cheguei aqui, fiquei muito emocionado. Todo ano que volto eu vejo o carinho dos fãs e entendo mais sobre a beleza desse país.
Hamilton nunca escondeu a paixão pelo Brasil; até 2020, corria com uma figura do Cristo Redentor na parte de trás do capacete – ele chegou a conhecer o Rio em 2013, com direito a passeio no ponto turístico, voltas de skate na Praia de Ipanema e visita na quadra da Grande Rio.
O casco que utilizou em seus primeiros anos no kart, ainda na infância, era amarelo, inspirado nas cores icônicas adotadas por Ayrton Senna. O tom, por sinal, ainda permaneceu em seus primeiros anos na Mercedes.
Paixões nacionais
Dos muitos amigos que Hamilton tem fora da F1, estão nomes conhecidos do esporte nacional, como Neymar e o atual tricampeão de surfe Gabriel Medina. Natural do berço do futebol, o piloto da Mercedes revelou que o esporte fez parte de sua infância, bem como a admiração pelos atletas brasileiros, que nutre até os dias de hoje.
– Eu tenho muito contato com o Neymar, cheguei a conversar com ele hoje. Tento assistir futebol o máximo que posso, e quando jogo FIFA com meu irmão, ele escolhe a Inglaterra, então eu tenho que escolher outro time e sempre vou com o Brasil. Os jogadores brasileiros são impressionantes, é desse país que saem os jogadores mais talentosos. Sei que essa é uma paixão do brasileiro, e as pessoas também gostam de corridas, mas vocês também têm surfistas incríveis aqui; o Gabriel Medina, o Ítalo Ferreira. Eu gosto muito de assistir o desempenho desses atletas, é muito inspirador – compartilhou o britânico.
Neste GP de São Paulo, o heptacampeão ainda poderá acompanhar outra estrela do esporte brasileiro: Rebeca Andrade, campeã olímpica de salto nos Jogos de Tóquio, foi a escolhida para dar a bandeirada final da corrida. A ginasta será a terceira celebridade a encerrar uma prova da F1 em Interlagos