Grávidas não vacinadas contra Covid têm mais complicações, diz estudo

Um estudo indicou que gestantes não vacinadas contra a Covid-19 possuem mais chances de terem complicações durante o parto. Ao todo, o levantamento analisou dados de quase 88 mil mulheres que ficaram grávidas na Escócia desde o início da campanha de imunização no país, em dezembro de 2020, até outubro de 2021.

Mortes perinatais são aquelas que ocorrem com o falecimento do bebê no útero após 24 semanas de gravidez ou nos primeiros 28 dias após o nascimento. O estudo mostra que a mortalidade de bebês nascidos de gestantes que estavam com Covid-19 há pelo menos 28 dias foi quase quatro vezes maior que a comum. As mortes infantis ocorreram apenas com mulheres que não estavam vacinadas no momento da infecção

No período, foram aplicadas 25.917 doses da vacina contra a Covid-19 em mais de 18 mil gestantes. De acordo com os pesquisadores, a cobertura vacinal foi substancialmente menor em gestantes do que na população feminina geral de 18 a 44 anos — cerca de um terço das mulheres que deram à luz até outubro de 2021 apresentaram duas doses de vacina.

Entre 1º de março de 2020 e 31 de outubro de 2021 foram confirmadas 5.653 infecções por Covid-19 durante a gravidez. A pesquisa aponta que, no geral, as taxas de infecção pelo Sars-CoV-2 durante a gestação apresentaram padrões semelhantes aos da população feminina geral em idade reprodutiva, com picos de infecção em janeiro e setembro de 2021.

Segundo os autores, as hospitalizações foram mais comuns em mulheres não vacinadas contra a Covid-19. O grupo representa 77% dos casos entre as que foram infectadas.

Gestantes totalmente imunizadas indicavam somente 3% das internações hospitalares e 1% das pacientes em UTIs. As mulheres que tinham o esquema vacinal incompleto foram responsáveis por 12% dos casos de coronavírus.

Segundo os cientistas, as taxas de infecção pelo Sars-CoV-2 têm sido consistentemente mais elevadas em gestantes residentes nas áreas mais carentes e em mulheres mais jovens. O estudo foi publicado na revista científica Nature Medicine e foi orientado por pesquisadores da Universidade de Edimburgo, na Escócia.
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