Alessandro Garcia, de 38 anos, ouviu pela primeira vez o filho Bento, de 5 anos, falar “papai”, momentos antes de sua casa desabar em Petrópolis, em razão de fortes chuvas. Autista, a criança dava sinais de desenvolvimento e havia tido seu primeiro dia na escola, junto à irmã, Sofia, de um ano e seis meses, na mesma terça-feira. O marco na vida dos pequenos foi, inclusive, comemorado pela mãe Carolina, de 37 anos, em um grupo de Whatsapp com parentes próximos. Foi a última mensagem dela que eles receberam. Mãe e filhos faleceram, além de avô e avó de Bento e Sofia, na tragédia.
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— O Bento estava no colo do pai quando tudo aconteceu. E ele agora se culpa como se não tivesse segurado o filho forte o suficiente. Mas isso não existe, é claro — conta a prima de Carolina, Karina Carla de Souza, de 34 anos.
Alessandro saiu de casa andando após a tragédia e afirmava ainda estar com o filho no colo, segundo ela. Chegou na casa de um parente e dormiu, tamanho o estado de choque. Foi só no dia seguinte que descobriu ter quebrado as duas pernas.
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— Na adrenalina nem sentiu dor — diz Karina.
Carolina e Sofia foram enterrados no sábado, quando chegou a notícia de que Bento tinha sido encontrado. Os trâmites do sepultamento ainda correm, no entanto.
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