Filha estuprada pelo pai diz à polícia que era incentivada a roubar e consumir drogas

Em agosto do ano passado, uma menina de 12 anos foi estuprada pelo pai pela última vez, depois de fumar maconha com ele. O pai da menina foi preso na semana passada, após a família denunciá-lo à polícia.

“Já estava com sono, deitei na rede, ele ainda estava lá fumando, aí depois ele pegou. Eu estava meio sem jeito, não sabia me defender também. Ele começou a tirar minha roupa. Ele me carregou e botou em cima de uma mesa. Deixou minha roupa de cima e tirou só a de baixo. Doeu muito, mesmo eu não sendo mais virgem”, disse a menina.

Outro rapaz, suspeito de ser traficante, também foi preso por causa dos abusos.

Segundo a polícia, além de estuprar a própria filha, o pai a incentiva a roubar e a consumir a drogas junto com ele.

“A gente roubou a arma e foi lá para perto da minha escola. Na frente da minha escola tem uma boca, e ele deixou lá para os meninos e foi pegar de tarde”, disse.

Para o advogado e especialista em Direitos da Criança e do Adolescente, Ariel de Castro Alves, a justiça poderia ter condenado o homem pelo primeiro estupro.

“Poderia condenar exatamente com base nessa previsão do código penal na época, de que se presumia a violência no caso do crime sexual principalmente do estupro ser contra a vítima menor de 14 anos”, disse.

Para o especialista, a absolvição pode ter incentivado o criminoso a continuar com os abusos.

“Esse agressor tinha certeza da impunidade, porque ele ficou impune em razão do estupro anterior contra a mãe dessa menina, então ele tinha certeza que a mesma impunidade do passado também prevaleceria agora. Porém, a agora a lei foi mudada e não existem mais julgamentos divergentes”, disse.À polícia, a menina revelou uma rotina de estupros. Ela foi abusada por um primo e também por um bisavô, que já morreu. O primo é investigado.

Para a delegada Joyce Coelho, responsável pelas investigações, o histórico de violência familiar deixou muitos traumas na menina, que chegou a ficar grávida do próprio pai após o estupro, mas fez um aborto.

“A partir do momento em que ela relata essa violência sexual que nasceu muito cedo, ela já passa a conhecer tanto a face da violência do ser humano daqueles que estão ali no seu convívio como também a face da violência dos que estão na rua, porque ela passa a ir para a rua, ela passa a ter acesso a drogas, ela passa a consumir. Hoje, essa adolescente ela é viciada, ela consume drogas, e ela já chegou a praticar também pequenos furtos”, afirmou

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