No AC, policial militar diz que mulheres trans barradas em festa ‘não são mulheres’ e vídeo gera repercussão

O caso de duas mulheres trans que foram impedidas de entrar em uma casa noturna da cidade de Cruzeiro do Sul, no último final de semana, pelo fato de não terem suas identidades de gênero reconhecidas por quem estava controlando a entrada de pessoas, tomou grande repercussão nas redes sociais, especialmente após abertura de investigação por parte do Ministério Público do Acre (MPAC) e divulgação do vídeo gravado pelas vítimas no momento do constrangimento.

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As acreanas procuraram o MPAC para denunciar o ocorrido e declararam que mesmo o estabelecimento informando a gratuidade da entrada de mulheres na festa, as duas não foram autorizadas a entrar sem pagar. “Mulheres não pagam entrada até 10h30. Gays e travestis pagam”, disse o representante da casa noturna após ser questionado pelas duas sobre o motivo de terem sido barradas.

Minutos após a discussão em frente ao estabelecimento, agentes da Polícia Militar foram até o local. Enquanto as vítimas pediam mais explicações do representante da casa noturna, um dos agentes interrompeu uma delas, disse que o empresário já havia se explicado e afirmou que as duas não são mulheres.

“Espera aí. Ele já se explicou. Falou que a questão é: mulher não paga. Vocês nem são mulheres”, destacou o policial.

Uma das vítimas afirmou que levaria e caso para a justiça. “Pode levar. Mulher até 10h30 não paga”, respondeu o empresário.

O mesmo agente que interviu na situação disse que levaria uma das denunciantes até a delegacia, caso não encerrasse a discussão.

“Se não parar a discussão aqui, vou levar a senhora à delegacia. Ele [o responsável pelo empreendimento] já explicou. Se a senhora quiser entrar, pague os R$ 20 reais”, continuou o agente. “Vocês não são mulheres, pessoal”, concluiu.

O vídeo foi divulgado na página Manas Juruá, no Instagram.

O promotor Ildon Maximiano decidiu ouvir nesta quinta-feira (10) as duas vítimas, que procuraram o órgão.

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