Análise: com ajustes finos na estrutura e pontaria em dia, Flamengo passeia no Maracanã

Um Flamengo que deu respostas ao torcedor que lotou ao Maracanã muito além do 6 a 0. Na primeira vez de Paulo Sousa na casa rubro-negra, a equipe demonstrou uma eficiência que tantas vezes fez falta na finalização e apresentou jogadores mais confortáveis em novos velhos posicionamentos que colaboraram para goleada convincente diante de quase 64 mil pessoas.

As características que marcaram o início da era Paulo Sousa estavam lá: menor posse de bola, maior objetividade e rapidez na transição. A equipe, no entanto, parecia estar mais à vontade e massacrou o Bangu desde o minuto inicial, quando Matheuzinho recebeu lançamento em profundidade e errou no toque para Gabriel.

O Flamengo no jogo

  • 49% posse de bola
  • 27 finalizações
  • 327 passes certos
  • 12 escanteios

O relógio não tinha chegado nem aos 15 minutos quando o placar já apontava 2 a 0 e as estatísticas seis finalizações rubro-negras. O lado direito seguiu sendo onde o jogo acontecia com maior intensidade e profundidade, mas estava na mobilidade do trio Arrascaeta, Everton Ribeiro e Gabriel o segredo do sucesso.

Com Lázaro no corredor esquerdo como ala, Ribeiro foi deslocado para posição onde viveu seus melhores momentos com a camisa do Flamengo: meia pela direita, enquanto tinha Arrascaeta alinhado ao seu lado e Gabi novamente posicionado como centroavante. O trio se buscava e se entendia, como ficou claro no segundo gol: Arrasca para Ribeiro, para Gabi, para o gol.

O Flamengo era uma verdadeira avalanche para cima do Bangu. Matheuzinho fazia a ultrapassagem a todo instante pedindo a bola pela direita, Lázaro tentava dialogar com o trio ofensivo em diagonal pela esquerda, enquanto João Gomes era presença constante dando volume a partir da intermediária. Some a eles ainda um Thiago Maia incansável na recuperação rápida da bola.

0 3 a 0 na descida para o intervalo foi pouco para um time que teve 46% de posse de bola (o que fica cada vez mais claro como característica de Paulo Sousa), 147 passes trocados e 16 finalizações. Do outro lado, o Bangu até tentava circular a bola, mas não encontrava espaços para ir além de arremates de fora da área.

Paulo Sousa em estreia no Maracanã — Foto: Alexandre Durão

Paulo Sousa em estreia no Maracanã — Foto: Alexandre Durão

Se o trio ofensivo funcionou bem, a dupla de volantes não ficou para trás. Mais posicionado na frente da defesa, Thiago Maia voltou a ter grande atuação como primeiro homem de meio de campo, coroando com lindo passe por elevação para Arrascaeta servir Léo Pereira no terceiro gol. Já João Gomes manteve o bom nível de 2022 com intensidade para participar das ações ofensivas e defensivas.

O ímpeto, por sua vez, fez com que o jovem ficasse pendurado com um cartão amarelo e desse lugar a Diego no intervalo, assim como Pedro substituiu Everton Ribeiro. As mudanças e a vantagem folgada fizeram com que o Flamengo diminuísse o ritmo em um segundo tempo controlado, mas morno até o gol do jovem Matheus França, o primeiro como profissional.

Apesar da goleada, o Bangu não abria mão de jogar e dava espaços quase sempre aproveitados por Arrascaeta. O uruguaio cruzou para Léo Pereira marcar novamente e descolou lindo passe para Isla servir Gabigol, que fechou o placar. Três vira, seis termina!

O ponto destoante da noite esteve na atuação de um Pedro fora de sintonia e com performance abaixo da que acostumou a entregar. Com pouca mobilidade e erros técnicos, o centroavante não só passou em branco como chamou a atenção para morosidade em algumas jogadas.

Apenas um ponto baixo em uma noite onde o Flamengo retribuiu o carinho do torcedor, que lotou o Maracanã mesmo em uma partida sem influência na tabela. Não somente pelos seis gols, mas pela forma que construiu o placar.

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