Um projeto acreano que discute temas relacionados à educação vem ganhando espaço nas redes sociais nas últimas semanas. Trata-se do “Professor Profissão Perigo”, do professor e jornalista Jorge Luiz Braun de Oliveira – ou, simplesmente, Jorge Braun -, que aborda sobre os meandros das salas de aula, bem como políticas que circundam este meio.
Jorge Braun é cearense e mora no Acre desde o início da década de 1980. O jornalista, que já atuou em rádios e na TV, é biólogo e trabalha na Fundação Elias Mansour (FEM). A ideia para colocar o projeto em prática veio das vivências que teve enquanto atuara como docente. Segundo ele, sentiu a necessidade de mostrar o que o professor vivencia, diariamente, dentro e fora do ambiente escolar.
“O projeto começou quando eu comecei a ver a falta de importância que as pessoas estavam dando aos professores, dos conflitos envolvendo professor, alunos, pais e direção de escolas, e de várias atitudes que existem nas salas de aulas, como pressão para aprovar alunos, projetos políticos pedagógicos e reuniões nos sábados. Então resolvi contar esses perrengues em sala de aula para tornar público o que acontece”, disse.
Assim começou. No dia 07 de março, Braun fez a primeira edição. Exponencialmente, o projeto foi crescendo a ponto de acumular, em 40 dias de execução, mais de 2,6 mil pessoas na página do Facebook.
DISCUSSÕES
Temas como assédio sexual, racismo na escola, preparação para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) são abordados em lives realizadas de forma diária, de segunda a sexta-feira, com duração de 20 minutos, em média.
“Já discutimos vários assuntos, já fizemos duas entrevistas com professores que são referências no cenário educacional acreano, e assim vamos levando todos os dias de segunda a sexta-feira, atualizando sobre a educação, sobre o começo das aulas, greve, mas sempre falando com sobriedade para contrapor qualquer argumento contrário”, frisou.
Segundo ele, que sente dificuldade em manusear mídias eletrônicas, o projeto vem dando certo, sendo possível a administração das contas no Facebook, Instagram e TikTok. No YouTube, os vídeos também estão postados. Apesar do foco na educação, Braun destacou que o canal não é só sobre professores.
“Nem nos meus melhores sonhos eu imaginaria que em 40 dias de trabalho, teríamos 2.660 pessoas com a gente. Se espalhou muito rápido e a responsabilidade aumenta porque com todas as coisas que se discute na internet que não tem conteúdo, nós temos conteúdos interessantes porque falar”, pontuou.