Câmeras de segurança registraram o momento em que o radialista paraguaio Humberto Andrés Coronel Godoy foi executado, nessa terça-feira (6), em Pedro Juan Caballero (PY), cidade que faz fronteira com o município brasileiro de Ponta Porã (MS). A vítima foi atingida por disparos de arma de fogo no momento em que estava prestes a entrar no próprio carro.
Humberto foi morto quando saía da emissora de rádio Amambay, onde trabalhava. De acordo com a polícia paraguaia, havia uma equipe policial na esquina do local do crime, mas o suspeito não foi pego.
Pelas imagens, é possível ver que o radialista sai e se encaminha em direção ao próprio carro. Porém, antes dele entrar no veículo, um homem se aproxima em uma motocicleta, saca uma arma e realiza disparos contra ele. A vítima morreu no local.
Ameaças e mortes
A rádio Amambay é um empreendimento da família Acevedo. Em 2016, a emissora foi alvo de um ataque a bomba. Uma locutora e o entrevistado ficaram feridos. Na época, a polícia paraguaia divulgou suspeitar que a ação fosse uma represália de grupos de narcotraficantes.
O ex-prefeito de Pedro Juan Caballero (PY), José Carlos Acevedo, membro da família dona da rádio, foi executado no final de maio. Ele teve o carro atingido por diversos tiros no momento em que saia da prefeitura, na cidade vizinha a Ponta Porã (MS).
Quem assumiu interinamente o cargo após a execução de José Carlos foi a vereadora Carolina Yunes Acevedo, então presidente da Câmara de Pedro Juan Caballero.
Carolina é esposa do governador do departamento (o equivalente a estado no Brasil) de Amambay, Ronald Acevedo, que era irmão do prefeito assassinado. Ela também é mãe de Haylee Carolina Acevedo Yunis, jovem que morreu aos 21 anos em uma chacina, também em Pedro Juan Caballero.
![Haylee Carolina Acevedo Yunis morreu aos 21 anos, em uma chacina em Pedro Juan Caballero. — Foto: Redes sociais/Reprodução](https://i0.wp.com/s2.glbimg.com/D3goXjpQ7yCsmyyXU_RzIciKNZA=/0x0:1759x1080/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2021/v/i/bqJdB7TReOW5ry77O0fQ/sem-titulo-5-.png?w=1170&ssl=1)
Haylee Carolina Acevedo Yunis morreu aos 21 anos, em uma chacina em Pedro Juan Caballero. — Foto: Redes sociais/Reprodução
Em entrevista a uma rádio paraguaia, Carolina falou sobre o medo. “Não sei o que podemos esperar desta gente, se mataram minha filha que não tinha nada a ver e agora ao meu cunhado. Quem será o próximo?”, disse, completando: “Estou aterrorizada”.
Um outro irmão do ex-prefeito, o então senador Robert Acevedo, sofreu um atentado em 26 de outubro de 2010. Pistoleiros dispararam contra a caminhonete em que ele estava, próximo a rodoviária de Pedro Juan Caballero. O motorista e o segurança morreram.
![Robert Acevedo, na época do atentado, em 2010 — Foto: Reuters](https://i0.wp.com/s2.glbimg.com/UHuYa6UkbbgFirgrF5MQqLWQQu0=/0x0:765x576/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2022/5/q/jJeGTzQr6tsdFFuVRXQQ/robert-acevedo.jpg?resize=648%2C488&ssl=1)
Robert Acevedo, na época do atentado, em 2010 — Foto: Reuters
Robert recebeu um tiro no braço e outro de raspão na cabeça e na época denunciou que o ataque havia sido planejado por facção ligada ao tráfico de drogas e que sua vida valia US$ 300 mil para os criminosos. Ele morreu de Covid-19, em 2021.
Onde fica Pedro Juan Caballero
![Ponta Porã fica na fronteira do Paraguai com o Brasil — Foto: g1](https://i0.wp.com/s2.glbimg.com/lEa7oGp9oqXH9Kfgh2gTPydhfEs=/0x0:900x605/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2022/k/2/bAbM6yThOL3MUPHlWVhQ/pedro-juan-caballero-ok.jpg?resize=648%2C435&ssl=1)
Ponta Porã fica na fronteira do Paraguai com o Brasil — Foto: g1
Pedro Juan Caballero é a capital do departamento de Amambay, no Paraguai. Na fronteira com o Brasil, apenas uma rua separa a cidade de Ponta Porã, em Mato Grosso do Sul. Tem cerca de 100 mil habitantes e é conhecida pelo comércio de produtos importados e contrabandeados.
Também é apontada pelas polícias como uma das principais rotas de passagem do tráfico de drogas, armas e agrotóxicos para o Brasil e, por isso, local de atuação de várias facções criminosas.
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