Pimenta no Reino: a importância do debate no processo eleitoral e a aula do Professor Nilson

Bolha

Durante um período eleitoral há diversas formas dos candidatos se comunicarem com seu eleitores, através das mídias sociais, entrevistas, propaganda eleitoral e debates. Na maioria dessas formas, o candidato se comunica majoritariamente para a sua bolha, a grande exceção é o debate.

Pra dentro

Nas mídias sociais, só acompanha o candidato quem já é voto certo ou tem um mínimo de interesse nele, – com exceção do tráfego pago, que a informação chega para um grupo maior de pessoas – assim como também ocorre nas entrevistas e sabatinas. É o seu grupo que acompanha, é uma comunicação pra dentro. Pouca gente de fora da bolha se interessa.

Pra fora

Além do tráfego pago nas mídias sociais, os candidatos conseguem furar a bolha somente através da propaganda eleitoral gratuita, já que uma TV ligada pega qualquer pessoa, e através dos debates. A propaganda de TV e rádio já não é mais tão importante como antigamente, pouca gente consome por vontade própria, está mais para um processo de osmose. Já os debates são um dos momentos mais esperados de um processo eleitoral, é onde todos (ou a maioria) dos candidatos se encontram e debatem entre eles, gerando assim interesse de todos os eleitores, independente de quem ele vai votar. É talvez o momento mais importante pra um candidato aparecer “pra fora”.

Primeiro debate

Ontem ocorreu o primeiro debate entre os candidatos ao Governo do Acre. O debate, organizado e transmitido pela TV Rio Branco, afiliada da TV Cultura no Acre, foi um sucesso de audiência. No Youtube, nos dois primeiros blocos, mais de três mil pessoas acompanhavam simultaneamente a transmissão. Fora quem estava assistindo pela TV.

Deu aula

Não pretendo analisar aqui neste espaço como cada um dos candidatos se saiu durante o debate, mas especificamente um, o candidato do Psol, o professor Nilson Euclides. Professor universitário na área de política e sociologia, Euclides aproveitou como ninguém o espaço. Nilson se apresentou para quem ainda não o conhecia e deu uma verdadeira aula sobre o papel do poder Executivo e sobre como o Acre pode enfrentar os principais desafios e gargalos nos próximos anos.

Grata surpresa

Vi muita gente tratando o professor da Ufac nas redes sociais como uma “grata surpresa”. Apesar de já estar batendo nas mesmas teclas há bastante tempo, pouca gente o conhecia ou tinha parado pra escutá-lo falar. O desempenho de Nilson não foi de fato uma surpresa, pois sua capacidade retórica e de oratória, somada a um bom projeto político, sempre o acompanhou. A surpresa fica mais para os olhos de quem ainda não havia dado a devida atenção ao candidato. Se agigantou e vai se agigantar ainda mais nos debates que estão por vir.

Balaio de gato

O candidato ao Senado, Alan Rick (UB), que vem em uma campanha majoritária quase solitária, sem dobradinhas, vem colecionando apoios de candidatos a deputados estaduais e federais de outros palanques. A última “aquisição” de Alan Rick foi o candidato a deputado federal Francisco Piyãnko (PSD), uma das maiores lideranças indígenas do Acre. Piyãnko é do partido de Sérgio Petecão, que tem na sua chapa a candidata ao Senado, Vanda Milani (Pros).

Disputa nos estados

Um levantamento feito pelo portal Poder360 com base nas últimas pesquisas eleitorais divulgadas, apontou que Lula (PT) lidera a corrida presidencial em 15 Estados, enquanto Jair Bolsonaro (PL) lidera em outros sete e no DF. Em quatro estados há empate considerando a margem de erro.

Voto a voto

Nos quatro maiores colégios eleitorais do país, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia, Lula está à frente. Já Bolsonaro aparece como favorito em Roraima, onde tem 50 pontos de vantagem para Lula, em Rondônia, com 27 pontos de vantagem, em Santa Catarina, com 25, e no Acre, com 23 pontos à frente de Lula.

Campanha no funeral

A candidata à Presidência da República, Soraya Thronicke (UB), entrou com ação no TSE neste domingo (18) para que o presidente Jair Bolsonaro (PL) não possa usar imagens de sua viagem oficial à Inglaterra para o funeral da rainha Elizabeth II em sua campanha eleitoral. “Em se confirmando o uso eleitoreiro dos eventos, estar-se-á diante de clara situação de emprego de recursos patrimoniais públicos em benefício de sua candidatura, em flagrante abuso do poder econômico e político”, diz trecho da ação.

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