Um dos personagens mais atuantes na conquista da Zona Livre de Febre Aftosa sem vacina, o presidente do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf), José Francisco Thum, concedeu entrevista exclusiva ao ContilNet sobre os avanços no agronegócio no Acre.
Ele iniciou a entrevista dedicando o sucesso da retirada da vacina da febre aftosa ao trabalho conjunto realizado. “São muitos que participaram dessa conquista. A retirada da vacina da febre aftosa, tornando o Acre reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), como Zona Livre de Febre Aftosa, é um trabalho a muitas mãos, começa na base, com os produtores que fizeram sua parte”, lembra.
Thum citou ainda diversas outras entidades, a exemplo do Fundo de Desenvolvimento da Pecuária do Acre (Fundepec), passando pelo trabalho dos técnicos do IDAF-AC e de órgãos do governo do Acre, Tribunal de Contas, Procuradoria Geral, Ministério Público, Assembleia e Legislativa e por fim destacou “a determinação, a liderança e o comando do governador Gladson Cameli, que foi o grande regente desse processo vitorioso”, disse.
Em relação aos avanços, embora um pouco lentos, de acordo com Francisco Thum, “o Acre começou a vislumbrar novos mercados exportadores, mas por outro lado as responsabilidades são maiores, pois o rebanho Acreano perdeu o ‘escudo protetor’ que era a vacina da aftosa”, lembra.
Com essa mudança positiva, “aumentou o trabalho de vigilância sanitária, as fiscalizações passaram a ser mais intensificadas, as exigências maiores, uma vez que mesmo com o status adquirido, o Idaf passa por auditorias periódicas do Ministério da Agricultura e Pecuária e Abastecimento (Mapa), que são as auditorias de segmento a cada seis meses e uma auditoria geral a cada 3 anos”, explicou o presidente do Idaf.
Em 2023 o Idaf passará por auditoria geral novamente, mas como reforçou o gestor, o órgão está mais estruturado, fisicamente, com frotas novas, mobiliários, computadores novos. “Enfim, foi tudo renovado, reestruturado, e também o governador chamou os concursados, dentro do que a legislação permitiu, 65 novos profissionais que vieram somar ao quadro já existente”, destacou.
No tocante a exportações, Thum explicou que o Idaf não dispõe e dados precisos, por serem frigoríficos inspecionados pelo Ministério da Agricultura, o Serviço de Inspeção Federal (SIF), “mas sabemos que temos hoje aqui no Acre frigoríficos habilitados à exportação para países como Uruguai, Paraguai, Hong-Kong, Egito, e embora às exportações iniciais sejam de pequena monta, importa que se abriram esses novos mercados, e a tendência é de crescimento”, garantiu.
Como exemplo ele citou a Dom Porquito, que hoje exporta carnes e miúdos suínos, num volume maior, mas adequado à sua produção, para que possa também atender as demandas do mercado interno. “São boas notícias para nosso agronegócio e acreditamos que nesses próximos 4 anos o agronegócio acreano crescerá ainda mais, com geração de empregos, bem como um novo um grande incremento na economia, melhorando a vida das pessoas, o que vem a ser o objetivo do nosso governo. Neste contexto nosso Estado precisará cada vez mais de um IDAF-AC forte e atuante, executando suas ações de vigilância sanitária”.
Reunião em Brasília
O presidente do Idaf está em Brasília, participando de reuniões com o grupo Fonesa (Fórum Nacional dos Executores de Sanidade Agropecuária), composto pelos presidentes de todos os institutos de defesa sanitária dos Estados, juntamente com diretores e executores de programas de sanidade agropecuária do Mapa.
Em debate, questões relativas às ações que vem sendo executadas pelos Estados, legislações, e novas exigências de mercado.
O Acre, por intermédio do Idaf, foi parabenizado pelo trabalho que vem realizando no Juruá, no combate à monilíase do cacau e cupuaçuzeiro, uma vez que é o primeiro foco identificado no Brasil e vem a ser uma grande preocupação dos demais estados produtores de cacau. “Os prejuízos podem ser bilionários nas plantações e produção”, disse.
“Aqui em Brasília me foi passado que demais estados e grandes empresários desse setor não acreditavam que os técnicos da área vegetal do Idaf do Acre pudessem combater e erradicar essa praga, o que até aqui se conseguiu, com a erradicação de todos os cerca de 90 focos detectados e plantas das áreas adjacentes. Lógico que os trabalhos continuam, com o monitoramento de possíveis novos focos por um período de até 3 anos, e caso venha a surgir se buscará o imediato combate e erradicação”, garantiu Thum.
O gestor aproveitou a oportunidade para parabenizar todos os servidores da área vegetal do Idaf e os coordenadores do Mapa/SDV e agradeceu à população do Juruá que entendeu e contribuiu para o êxito dos trabalhos executados. “Agradecemos ao Exército Brasileiro, Corpo de Bombeiros Militar do Acre, Ufac, Prefeituras de Mâncio Lima, Cruzeiro do Sul e demais colaboradores”, finalizou.