Representante do Alto Acre, Tadeu Hassem fala sobre projetos para o futuro político

O deputado estadual eleito, Tadeu Hassem, concedeu entrevista ao ContilNet na última sexta-feira (21). Num bate-papo descontraído, o profissional com experiência de mais de 20 anos na gestão pública, falou sobre os desafios da campanha, sobre as denúncias que enfrentou na pré-campanha, além de projetos e expectativas para o futuro político.

Ele começa falando sobre as discussões sobre um possível acordo antecipado que define as cadeiras da mesa diretora da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) e mesmo sendo novato no cargo, ainda nem tendo assumido, entende que seu partido, o Republicanos, não pode ficar de fora dessa composição.

Tadeu discursa sobre ideias e projetos que vem trabalhando desde a campanha. “Eu serei sim, esse deputado que vai buscar mais investimentos para a iniciativa privada, eu defendo a iniciativa privada. Quando nós temos empresas sólidas, empresas fortes, o governo vai bem. Quando a política pública não funciona como deveria funcionar, impacta diretamente no comércio, nas empresas”, afirma.

Foto: ContilNet

Confira na íntegra:

Você ainda nem assumiu o cargo e a discussão sobre a composição da mesa diretora da Aleac já está fervendo, o que você acha dos possíveis acordos que estão sendo anunciados?

Acho que é uma antecipação, porque só vai ser definido mesmo na eleição, em fevereiro, pelo menos é a data prevista. Mas de fato existe essa discussão sobre a composição da mesa. Eu fui eleito pelo Republicanos. Nós somos o terceiro partido mais votado do estado e elegemos três deputados estaduais. A princípio eu entendo que é muito cedo ainda essa discussão de mesa diretora, mas a política é assim, feita de momentos. Essa discussão hoje estava estampada nos jornais, falando sobre uma espécie de inversão de cargos. Eu estou chegando agora, conversando, ouvindo e no momento certo a gente vai tomar a decisão, junto com o meu partido. É uma tendência nós três do Republicanos caminhar para compor a mesma, a gente vai buscar e a constituição permite isso. O partido detém essa proporcionalidade e com certeza vamos buscar esse espaço.

Durante a campanha você falava da importância de ter um representante do Alto Acre na Aleac e não era somente o seu nome nessas eleições. O que você acha que foi o diferencial para a sua vitória?

Eu apostei muito na pré-campanha, fiz visitas, ouvi a população da minha cidade, da minha região lá da fronteira. Eu não tenho dúvida também de que a minha cabo eleitoral mais forte, a minha irmã, prefeita Fernanda Hassem, também contribuiu nesse resultado. Eu fiz parte da gestão dela, estou como secretário de Finanças há 5 anos da gestão dela, sou contador efetivo lá da Prefeitura de Brasileia. Então, eu ajudei ali na questão do orçamento financeiro da Prefeitura e isso deu uma certa visibilidade. Entendo que quando a gestão é boa, ela te qualifica. Trabalhamos muito para ter um representante do Alto Acre e tive uma ajuda muito grande também do meu deputado federal que eu não posso esquecer, o esposo da prefeita Fernanda, Israel Milani. Ele é o primeiro Suplente a deputado federal do Republicanos. Tive uma ajuda muito boa dele, do grupo dele. Recebi votos em 20 municípios, dos 22 acreanos. Então, a gente montou um time muito forte nas regionais. A única regional que não tinha representatividade, era a regional da fronteira, e a partir de fevereiro vai ser diferente, serei o porta-voz do nosso povo.

Você faz parte de uma família de políticos. Você encara esse fato como positivo ou negativo?

Tem os dois lados. De fato, minha família tem um histórico político. Começou com meu avô, ele foi vereador de Brasileia, José Hassem, foi prefeito na época. Tive sim influencia, o nome da família tem uma certa tradição. Já tive tio deputado, tio prefeito, primo prefeito e recentemente a Fernanda como vereadora e prefeita por duas vezes. Mas se você não tiver a competência de ter um bom trabalho, uma boa gestão, só o nome não vai te levar a lugar nenhum. Nessa eleição mesmo, inclusive, teve certas famílias tradicionais da política que tinham certo espaço e não continuaram na política. É um ciclo, então eu creio que nesse momento era a nossa vez lá.

No período da pré-campanha você pediu direito de resposta sobre denúncias feitas sobre a administração da Prefeitura de Brasileia. Essas denúncias interferiram na campanha?

Não gerou. Primeiro, eu confio no trabalho das instituições. Eu sou um Republicano democrático. Eu acabei de dizer que fui secretário de Finanças, então a gente que trabalha no meio administrativo é passível a investigações, a denúncias. O papel da oposição é esse. Então foi feito bem no meio do período da pré-campanha, houve denúncia contra a gestão, creio que está sendo ainda apurado, investigado, mas eu não vejo uma relação. Eu fui muito massacrado, de forma até caluniosa. Tentaram atacar a honra da nossa família, o nosso trabalho, mas o povo entendeu que não procede. Porque assim, é muito fácil hoje em dia, o gestor público ser denunciado. Agora quem denuncia precisa apresentar provas e cabe a Justiça decidir. Então está sendo apurado direitinho, mas eu tenho certeza que vai ser arquivado, porque eu não tenho dúvida do nosso trabalho. A gente trabalha pautado na legalidade, nos princípios éticos, naquilo que a lei determina, né? E a Justiça está aí para julgar os casos. Eu até creio que serviu como o contrário sabe? Porque pra falar e não provar, acabou que o povo entendeu que a gente está no caminho certo.

O seu nome é uma das renovações da Assembleia, como uma representatividade da regional do Alto Acre. Quais são os projetos que pretende defender?  

Uma coisa que eu sei ser é assessor. Trabalhei durante quase 20 anos nessa função. Trabalhei na Prefeitura de Rio Branco, na capital, com o ex-prefeito Angelim, eu trabalhei no Governo passado, Governo do Estado, já fui assessor parlamentar na Assembleia, trabalhei na Prefeitura de Epitaciolândia como secretário de Finanças e também na Prefeitura de Brasileia como secretário de Finanças. Então, com essa experiência como assessor, eu sei exatamente o que tem que fazer. Então eu peguei esse momento, essa experiência nossa com esse capital político lá da nossa região e transformei isso em votos. Fiquei feliz com o resultado das eleições e também com essa renovação, a Aleac renovou 50% dos deputados, apesar de que três foram eleitos deputados federais. Mas eu sou fruto desse novo momento da política, sabe, que veio para renovar. Eu não tenho dúvida de que me sinto preparado para o Parlamento, para os debates, para as grandes discussões de pautas muito positivas do nosso estado. A gente quer patinho novo, a gente tem que chegar observando, ver como é que é o movimento ali do Parlamento, aprender primeiro. Porque o papel do parlamentar não é só aquele de fiscalizar e de acompanhar o Executivo, mas, sobretudo, eu aprendi nessa eleição que a gente tem que estar ouvindo os mais necessitados, o povo mais carente. Você sabia que nessa campanha a gente ganha votos só andando e visitando as pessoas, ouvindo o que elas mais precisam. O povo se engana com aquele parlamentar que acha que é dono do voto, dono do eleitorado, dono da cidade. Não é bem assim, você tem que conquistar. Por isso que o voto é o momento mais importante do eleitor, é um momento que é só você com a urna, dentro da sua consciência, não tem mais ninguém. Então conquistar um voto é difícil e eu como trabalhava como assessor, eu achava fácil pedir voto quanto eu estava trabalhando. Mas pedir voto pra si é difícil. A expectativa é muito grande e eu estou movido. Eu sei do compromisso e da responsabilidade que está sob esses ombros aqui a partir de fevereiro do ano que vem. Eu tenho um estado e, sobretudo, a minha região esperando esse bom mandato e nós vamos corresponder.

Foto: ContilNet

Foi a primeira vez que você se candidatou e já com resultado positivo. Qual foi o sentimento dessa conquista?

Olha, nunca fui candidato a nada, nem a presidente de bairro, nem de classe de escola, nada. É uma sensação assim, diferente. Quem está lendo essa entrevista e já foi candidato deve saber o sentimento de disputar uma eleição. E aquele momento da apuração, a gente parece que vai infartar. O meu nome, por sinal, ele só começou a aparecer já da metade para o final da apuração e me surpreendeu. Eu queria fazer um registro aqui, sobre um colega, meu amigo até, ele foi eleito agora, o vereador Emerson Jarude. Ele afirma que foi o único candidato a deputado que não usou o fundo eleitoral. E só para lembrar também, eu não sei se teve outros deputados, mas eu também não recebi o fundo eleitoral. As despesas da minha campanha foram todas custeadas por mim e com doações de pessoas físicas. Eu não obtive o recurso do fundo eleitoral também. Eu até ia mandar mensagem pro vereador, deputado eleito, mas depois vou falar pessoalmente com ele, porque não foi somente ele. Detalhe é que eu não tinha problema em receber não, foi o partido que não me deu.

Você pretende compor a base do governador Gladson Cameli?

Sim. Eu fui candidato pela base, né? Eu não tinha filiação partidária e quando eu optei esse ano pelo Republicanos, o partido era da base do governador Gladson Cameli, em março. Depois o partido optou por outro caminho, mas a gente tinha uma carta de liberação. Eu creio que o governador Gladson Cameli tem um compromisso com o Acre, é tanto que 57% da população entende isso, que é o momento dele ainda.

Vamos falar um pouco mais sobre os projetos e ideias que você pretende trabalhar durante o seu mandato?

Sim, eu tenho alguns projetos que foram objeto da minha campanha. A primeira pauta, sem dúvida nenhuma, é a Saúde. Nós temos em Brasileia o maior hospital de estrutura física do estado do Acre, só que não tem especialista. O grande detalhe, não só lá, como nas demais regiões do estado do Acre, é a especialização. Lá na minha região, na fronteira, dependendo do dia, se você machucar uma perna ou um braço, não tem ortopedista. Não tem cardiologista, não tem um pediatra, não tem otorrino e assim por diante. Lá, entra no SAMU e traz aqui pra Rio Branco. Então, eu falei muito sobre buscar investimento na Saúde lá para nossa regional, contratando médico especialista para atender no hospital. E outra pauta principal, é buscar o funcionamento do Instituto Médico Legal lá na região. Você não tem ideia das famílias de Brasileia, Epitaciolândia, Xapuri, Assis Brasil, aí eu falo pela região inteira, dependendo do tipo de óbito,  a família fica lá, numa dor tremenda do Luto e da perda, esperando um carro daqui de Rio Branco. O rabecão vai lá buscar o corpo, retorna para Rio Branco, entra na fila do IML e às vezes passa um dia pro corpo voltar lá para a cidade. Essa será uma das minhas prioridades, buscar a abertura do Instituto Médico Legal do Estadual lá naquela regional. Eu também não esqueço da educação, porque a educação é o carro-chefe de toda área política. Eu irei acompanhar também a questão das escolas, dos planos de cargos e carreira dos professores. Eu tenho uma atenção especial com os professores. Eu falo desses pontos, da saúde prioritária, da educação, mas eu serei um deputado municipalista. Creio que as demandas do cidadão ocorrem no município. Por ter trabalhado já em três municípios, dois como secretário de Finanças, então eu vou lutar muito para o fortalecimento dos municípios. Eu creio que o município quando vai bem, em parceria, lógico, com o governo do Estado, a população ganha. Então se tem ali o município que tem uma rede de saúde e dialoga com a rede estadual, vai ficar mais barato, o custo vai cair e o melhor atendimento quem ganha é a população. Eu vou buscar muito investimento do Estado nos municípios, nas prefeituras.

E sobre a economia e a geração de emprego no Acre, Tadeu, qual a sua avaliação?

Eu acho que esse é o grande desafio de qualquer governante, o compromisso com a geração de emprego e renda. Eu irei buscar os dados e serei um deputado atuante no sentido de que para um povo se fortalecer, tem que ter emprego. É o emprego, é a renda que faz com que a pessoa tenha um mínimo de condições para viver. A gente sabe que no Brasil são milhões de pessoas desempregadas e aqui não é diferente. Fala-se muito na política do contracheque aqui. Hoje as pessoas dependem muito do governo e das prefeituras. Então eu serei aquele deputado que vai buscar cada vez mais investimentos da iniciativa privada. Eu defendo que nós políticos, prefeitos, prefeitas e governadores temos que incentivar a economia privada, porque quando a economia gera oportunidade para a empresa privada, a oportunidade de gerar emprego e renda é mais fácil. No público ainda tem que ter um concurso público, aquele negócio todo, no comércio não. E muitas vezes o que o empresário quer, a gente ouve muito isso, é que o governo não atrapalhe. Quando o governo não atrapalha a empresa, ela por si só vai contratar, vai pagar o funcionário, vai gerar renda e assim a economia vai gerando então. Eu serei sim, esse deputado que vai buscar mais investimentos para a iniciativa privada, eu defendo a iniciativa privada. Quando nós temos empresas sólidas, empresas fortes, o governo vai bem. Quando a política pública não funciona como deveria funcionar, impacta diretamente no comércio, nas empresas.

Agora o espaço está aberto para as suas considerações finais.

Eu queria de forma carinhosa e especial agradecer vocês do ContilNet. Eu sei do compromisso e seriedade que essa empresa tem, e em nome da minha amiga Wânia Pinheiro, quero mandar um abraço a todos vocês. Sei do compromisso e da responsabilidade que está sob nossos ombros, os eleitos nesse pleito de 2022. Digo pra você, eleitor do Acre, que me deu essa oportunidade, que agradeço o voto de confiança que tive. Como falei aqui, eu recebi votos em 20 municípios dos 22. Nunca fui candidato, fui testado e obtive votação expressiva. Eu não tenho dúvida que me sinto preparado para ser o porta-voz ali na Assembleia, para lutar pelos mais necessitados. Eu espero aprender, mas também sei que posso contribuir para o meu estado, para o meu povo, para a minha região. E finalizo aqui agradecendo a oportunidade que Deus está me dando. Foram 359 candidatos e 24 deputados estaduais eleitos. Nós estamos aí para cumprir esse propósito que é de trabalhar.

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