Pimenta: Gladson encerra 1º mandato e caminha para ser o político mais vitorioso do Acre

Urnas

O governador Gladson Cameli (PP) encerra neste sábado (31) o seu primeiro mandato de chefe do Executivo, que teve início em 2019. Reeleito em outubro deste ano, Gladson tem pela frente mais quatro anos de mandato e caminha a passos largos para se tornar o político mais vitorioso (nas urnas) da história do Acre.

Feitos

Aqui nesta coluna não vou tratar sobre os feitos do seu governo ou de mandatos anteriores, apenas sobre votos. E nos números, Gladson é quase imbatível.

DNA

Sobrinho do ex-governador Orleir Cameli, Gladson venceu todas as disputas eleitorais a que se submeteu até aqui. Que a política está no seu DNA, é público e notório, mas que seria tão vitorioso assim em sua trajetória na vida pública, acho que nem o seu tio imaginava. E olha que só tem 44 anos, tem muita estrada pela frente para se consolidar cada vez mais como protagonista da política local.

Cronologia

Em 2006 disputou sua primeira eleição e se elegeu deputado federal, se reelegendo em 2010. Em 2014, disputou a vaga de senador contra a então toda poderosa FPA, que lançou Perpétua Almeida (PCdoB) para o cargo, e também venceu. Na metade do mandato de senador, se candidatou ao governo em 2018 e conseguiu algo que só o PT havia conseguido (por 4 vezes: JV em 1998 e 2002, Binho em 2006 e Tião em 2010), levar à eleição no 1° turno. Na eleição deste ano, repetiu o feito e se tornou o segundo governador da história do Acre eleito e reeleito no 1° turno, repetindo o feito de Jorge Viana. Isso sem contar as bancadas no Senado, Câmara e Aleac que Gladson conseguiu emplacar maioria nas duas eleições. É um caso raro até para os padrões da política nacional.

Vianas

Se há quem dispute com Gladson o lugar mais alto na história política do Acre, são os irmãos Jorge e Tião Viana, ambos do PT. Tião foi senador e governador por dois dois mandatos, não exerceu outro cargo público eletivo e se afastou da disputa política após o fim do seu segundo mandato. No Senado, Tião foi vice-presidente da Casa e chegou a ocupar a presidência interinamente por dois meses. Já Jorge, assim como Gladson se elegeu e reelegeu-se governador em 1° turno e tem um mandato de senador – chegou a ser vice-presidente da Casa, assim como seu irmão. JV tem ainda um mandato de prefeito de Rio Branco, entre os anos de 1993 e 1996. Em comum, todos são extremamente vitoriosos, mas a principal diferença entre Gladson e os Vianas é que o atual governador ganhou tudo que disputou até aqui e a pouca idade lhe garante ainda muitas outras disputas. Uma já é praticamente certa, a disputa pelo Senado em 2026. Se ganhar, já empata com Tião em cargos majoritários, e passa em números porque soma ainda dois mandatos na Câmara Federal. Passa também Jorge Viana, que apesar de dois mandatos de governador, só tem um no Senado.

Legado

Se em números de votos e de vitória nas urnas, Gladson já cravou seu nome na história do Acre, precisa se esforçar para entregar também um bom legado, que faça com que seja lembrado não apenas pelas vitórias, mas por obras e melhoria de vida da população. Jorge e Tião tem seus legados, que são lembrados até hoje. Gladson precisa criar o seu.

Despedida

Indo para a política nacional, o presidente Jair Bolsonaro (PL) fez hoje sua despedida do cargo mais alto da República. O presidente pegou um avião da FAB rumo aos Estados Unidos, onde pretende “tirar férias” e passar os próximos meses. Com a viagem de Bolsonaro, fica confirmada que pela primeira vez na história, um presidente eleito não receberá a faixa presidencial do anterior.

Medo

A colunista de política do G1 e da Globo News, Natuza Nery, disse em seu blog que a viagem de Bolsonaro aos EUA teve um motivo principal: o medo de ser preso. Segundo a jornalista, o presidente ouviu de advogados próximos a ele que o melhor a fazer agora seria sair do país. Isso porque a partir do dia 1° ele perde o foro privilegiado e, sem foro, qualquer juiz de 1ª instância poderia decretar a sua prisão. E mesmo que ficasse poucas horas em uma delegacia, o estrago já estaria feito. Algo parecido aconteceu com Temer (MDB), logo após deixar a Presidência.

Pacotão

Foi aprovado nesta sexta (30), na última sessão da Aleac da atual legislatura, uma série de projetos enviados pelo Executivo, que vem sendo chamado pelo Governo de “pacote da bondade”. No total foram quatro projetos, que tratam sobre isenção do IPVA em casos específicos e ajustes no ICMS. O pacote foi aprovado por unanimidade, com 17 votos a favor.

Veto

Aproveitando que já haviam sido convocados para uma sessão extraordinária, os deputados estaduais colocaram em pauta também a derrubada de um veto governamental. O governador Gladson Cameli havia vetado o projeto de autoria da Defensoria Pública do Estado sobre concessão de gratificação de titulação aos servidores da casa, com valores que variam entre R$ 5 mil, R$ 7 mil e R$ 9 mil.

Foram 17 votos favoráveis pela derrubada do veto. Uma vitória da categoria dos defensores públicos.

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