Pimenta no Reino: “Foi um tiro no pé”, diz Petecão sobre atos de terrorismo em Brasília

À moda brasileira 

O Brasil assistiu no último domingo (8), estarrecido, uma versão “à moda brasileira” da invasão do Capitólio dos Estados Unidos, dois dias e dois anos depois. A versão norte-americana desse lamentável episódio ocorreu em 6 de janeiro de 2020, quando golpistas e extremistas também não aceitaram o resultado das urnas por lá e atentaram contra a democracia com invasões e depredações. O puro suco do fascismo. 

Vexame 

Sem nenhum tipo de senso de civilidade, os bolsonaristas radicais partiram para a barbárie e protagonizaram um dos episódios mais vexatórios da nossa história recente. A ação causou uma grave ruptura do contrato social que já começa a causar consequências. 

Tiro no pé 

Conversei com o senador acreano Sérgio Petecão (PSD), que tem acompanhado os desdobramentos desses atos de terrorismo de perto e ele foi categórico em dizer que, do ponto de vista político, os bolsonaristas “deram um tiro no pé”. 

Cenário de guerra 

Apesar de não estar em Brasília no dia dos atos terroristas, Petecão buscou saber como ficaram as coisas na Capital Federal após as invasões. “Conversei com o chefe da segurança do Senado, o Morales, que é uma pessoa que tenho uma boa amizade, pois quando fui secretário da Casa foi quando ele entrou, e ele me disse que nunca tinha visto um negócio desses”, disse à coluna.  

Fake News 

Segundo Petecão, mesmo depois de todo o estrago que causaram, os invasores ainda estão apelando para as fake news. “Eles estão usando um argumento de que o PT infiltrou gente, e o Morales me garantiu que não existe essa hipótese, é impossível isso ter acontecido. Era impossível um petista se infiltrar naquele ato, porque se fosse descoberto, corria risco de morte. Agora há pouco também, um amigo meu, que eu nunca esperei que ele estivesse tão contaminado por essa onda, me ligou e pediu que eu fizesse algo porque tinham matado uma velhinha no ginásio onde esse pessoal estava detido. Liguei pra Brasília e me informaram que era tudo fake. Eu sinceramente, não sei onde esse pessoal está com a cabeça”, disse. 

Impacto 

Para além dos estragos causados ao patrimônio público, o que por si só já se enquadra como terrorismo, Petecão também avaliou o impacto político que a invasão pode ter causado. “Do ponto de vista político esse pessoal errou feio. Porque deram o discurso que o Lula precisava, de tirar a pecha de baderneiro e destruidor de patrimônio público, que antes estava com esquerda, e passar para essa turma”, ponderou. 

Preocupado 

O senador afirmou ainda que está muito preocupado com essa situação e que o Brasil precisa de paz, não há mais espaço para essa polarização odiosa e a escalada da violência. “O meu partido, o PSD, está na base de apoio do Governo Lula, mas eu vejo esse momento com muita preocupação, independente de ideologia ou sigla partidária. Eu converso com pessoas bolsonaristas, que são mais coerentes que essa turma que invadiu o Congresso, e eles também não concordam. Eles deram um tiro no pé”, concluiu. 

Idosa 

Inclusive, sobre a morte fake da idosa a que Petecão se referiu, a Polícia Federal precisou emitir uma nota para desmentir o boato. O rumor do suposto óbito se espalhou nas redes sociais acompanhado de uma foto de uma idosa disponível em um banco de imagens gratuito. A fake news foi tão longe, que a deputada federal Bia Kicis (PL-DF), usou o discurso no plenário da Câmara dos Deputados, na noite de ontem para espalhar ainda mais a mentira. No Acre, quem também espalhou a fake news nas redes sociais foi a ainda deputada federal Mara Rocha (MDB). 

Encontro com Lula 

A vice-governadora Mailza foi a representante do Acre em uma reunião de emergência convocada pelo presidente Lula (PT) na noite de ontem para tratar sobre os atos de domingo e sobre a defesa da democracia. Nas redes sociais, Mailza disse que falou sobre o Acre, “que se encontra em situação controlada após o cumprimento de forma pacífica da decisão do STF”. 

Apoio 

Após o pedido de apoio aos Estados, solicitado pelo ministro da Justiça, Flávio Dino, o Acre foi uma das unidades federativas que vai contribuir com o envio de forças de segurança para Brasília. A informação foi confirmada pelo secretário estadual de Segurança, coronel José Américo Gaia, ao ContilNet. No entanto, o efetivo que será deslocado não foi informado.

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