Skank: veja como foi o último show da carreira da banda; FOTOS

Foi às 19h33 que Samuel Rosa, Lelo Zaneti, Henrique Portugal e Haroldo Ferretti subiram ao palco para tocar juntos pela última vez, neste domingo (26/3).

Na pista montada no gramado do Mineirão e nas cadeiras das arquibancadas, cerca de 50 mil pessoas gritavam como se estivessem comemorando um gol, quando o quarteto apareceu.
A apresentação começou com “Dois Rios”, canção composta por Samuel Rosa em parceria com Nando Reis, e que integra o álbum “Cosmotron”, de 2003.
A banda emendou com “É uma partida de futebol”, “Esmola” e “Pacato cidadão”, fiel ao anúncio de que tocaria na despedida seus grandes sucessos, selecionando as músicas que o público gosta de cantar junto.
Antes de tocar a quinta música, “Uma canção é para isso”, o vocalista Samuel Rosa se dirigiu ao público, com um discurso emocionado. “Vou usar a palavra envelhecer porque ela é muito digna. Nós envelhecemos e estamos emocionados por termos feito diferença para a vida de tantos de vocês”, disse.

Ele citou que, em 1991, quando a banda foi criada, a expectativa do quartero era que o grupo duraria, no máximo, três anos.

Samuel anunciou também que o último show da banda vai dar origem a um DVD e elogiou a participação do público. “Tem sido muito legal ao longo da turnê. Hoje estamos gravando um DVD que será um documento final. Final não, eu diria definitivo. A participação de vocês está incrivel. Tenho certeza que as estruturas do Mineirão vão ficar abaladas”, disse.

A sequência de hits seguiu com: “É proibido fumar”, “Saideira”, “Canção noturna”, “Ainda gosto dela”, “Amores imperfeitos” e “Formato mínimo”.
Os quatro integrantes do Skank no palco
O Skank desfilou os maiores hits de sua carreira, num show que resultará num DVD(foto: Leandro Couri/EM/D.A.Press)

“Balada do amor inabalável” e “Ela me deixou” foram as seguintes. Antes dessa última, o vocalista disse a escolha era para honrar “o pezinho que a gente (Skank) tem na Jamaica”, referindo-se à primeira fase da carreira do Skank.

O show continuou com “Jackie Tequila”, um dos maiores sucessos da banda. No meio da canção, Samuel desceu no palco para dar autógrafos em camisas de fãs, posou para selfies e se jogou nos braços do público.

Na sequência, ele lembrou que, embora o Skank tivesse feito sua estreia em 1991, com o álbum homônimo, foi somente com “Calango” (1994) que a banda emplacou um hit. “Te ver”, conforme o próprio Samuel disse, “tocou do Oiapoque ao Chuí”.

Na segunda metade do show, o Skank emendou “Acima do sol”, “Eu disse a ela”, “Três lados”, “Vou deixar”, “Garota nacional”, “Mandrake e os cubanos”.

Numa indireta para a banda britânica Coldplay, que está em turnê pelo Brasil e fez da distribuição de pulseiras high-tech para o público uma característica de suas apresentações, o vocalista do Skank afirmou: “A gente é uma banda raiz, me desculpem, mas não tem pulseirinha”.

Fechando o setlist vieram “Algo parecido” e “Vamos fugir”. A banda deixou então o palco, que foi preparado para o bis com a colocação de duas cadeiras.
Milton Nascimento e os quatro integrantes do Skank, de pé, no palco
Bituca cantou a primeira música do bis no último show do Skank(foto: Leandro Couri/EM/D.A.Press)

E os quatro retornaram momentos depois, abraçados ao mais do que especial convidado da noite de encerramento de suas carreiras: Milton Nascimento. Esse é o primeiro retorno de Milton a uma apresentação pública desde que ele se despediu dos palcos, em 13 de novembro passado, também no Mineirão.

No último show da carreira de Bituca, Samuel Rosa foi um dos convidados a dividir o palco com ele. No último show do Skank, Samuel Rosa disse que Milton “é a razão da nossa existência e de estarmos aqui hoje”. Com a participação de Bituca, a banda tocou “Resposta”.

O público homenageou o convidado com gritos de “Bituca, eu te amo!”. Com muita gente entre o público chorando pela emoção de vê-lo, Milton Nascimento deixou o palco.

O bis seguiu com “Mil acasos”, “Ali”, “Simplesmente”, “O beijo e a reza” e “Baixada news”. Em mais uma comunicação com o público, Samuel Rosa afirmou que o Skank sempre foi uma banda que buscous referências em Minas Gerais e disse notar que a geração mais nova entendeu isso e está voltando os olhos sua cidade e seu local de origem.

Ele disse ainda que o Skank quebrou “a máxima que dizia que banda mineira, para fazer sucesso, deveria sair do estado. O Skank, não. A gente fez sucesso aqui”.

Assim como havia anunciado que o show deste domingo geraria um DVD, durante o bis, o vocalista contou para a plateia que a gravação apresentou um problema e teria que ser refeita para as músicas “Sutilmente” e “Mil acasos”. Sendo assim, a banda voltou a cantá-las no bis, quando o show já se aproximava de três horas de duração.

“Finge que vocês estão ouvindo pela primeira vez”, disse Samuel ao público, que já dava sinais de cansaço. A sequência com “Tão seu” voltou a acender os ânimos.
E foi com a música que diz “Me sinto só, me sinto só/ Me sinto tão seu/ Me sinto tão, me sinto só/ E sou teu” que o Skank terminou o último show de sua carreira, diante de um Mineirão lotado.
O público aplaudiu intensamente e gritou frases de amor, emocionando os integrantes da banda.
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