O ator Orlando Caldeira, de 38 anos, revelou que foi submetido a um tratamento de ‘cura gay’ após assumiu sua sexualidade. A situação aconteceu em 2003, e ele tinha 18 anos de idade quando revelou para a família que era um homem gay.
“No intuito de querer me ajudar, entre muitas aspas, minha mãe me levou para um parapsicólogo para fazer sessão de regressão. E ele prometia que ia me curar, em uma mentalidade muito bizarra sobre a ‘cura gay’. Minha mãe gastou muito dinheiro nessas sessões, completamente na ilusão”, lembrou o ator, em entrevista ao Gshow.
Orlando, que hoje está no ar como Anthony Verão em Vai Na Fé, da Globo, frequentou as sessões por um tempo, até que sua mãe decidiu levá-lo a uma psicóloga. Foi então que a família recebeu o alerta de que não havia nenhum problema com ele.
“Era ela [a mãe de Orlando] que precisava lidar com essa situação. E hoje, tenho a oportunidade de poder falar abertamente sobre a minha orientação. Sinto que estou levando uma mensagem positiva para as famílias, para entenderem e lidarem com essa questão com naturalidade, leveza, amor e respeito”, acrescentou.
Medo da revelação
Orlando Caldeira admitiu também que já sentiu medo em assumir sua sexualidade e acabar perdendo oportunidades de trabalho. No entanto, hoje isso não é mais uma preocupação sua.
Conforme avaliou, essa discriminação é um “ponto superado” e já se tornou “obsoleto”.
“Vivo livremente minha escolha, minha vida. Mas entendo que, mesmo que eu circule em ambientes que já existam um entendimento diferente sobre essas questões, a pauta segue acontecendo até que seja comum em todos os ambientes e em todos os espaços”, acrescentou.
Segundo ele, poder interpretar Anthony na trama é uma oportunidade de ultrapassar os estereótipos e humanizar a pessoa LGBTQIA+.
“A pessoa LGBTQIA+ não é uma coisa. Ali tem um ser humano que sofre, que ama, que chora, que inveja, que ambiciona e que vive. Para mim, está sendo um presente muito grande interpretar o Anthony e entender as curvas que esse personagem tem feito e vai fazer ainda na trama”, destacou, ao elogiar a escrita da autora Rosane Svartman.