Desafio
O Governo do Estado possui um organograma de obras ambicioso, já em andamento, que deverá garantir mais equipamentos e qualidade no atendimento com reformas, ampliação de hospitais, construção de novas unidades, construção de nova unidade para câncer e cardiologia e até uma quarta UPA na Parte Alta de Rio Branco. Mas, como fazer para convencer as pessoas a se vacinarem? Este tem sido o desafio do médico Pedro Pascoal, 32 anos, atual secretário estadual de Saúde do Acre, acostumado a socorrer vítimas do trânsito e dos tiroteios de Osasco, Ferraz de Vasconcelos, Mauá e outras cidades da Grande São Paulo onde trabalhou no Samu.
Apelo
Em recente entrevista à Lamlid Nobre, neste Contilnet, Pedro Pascoal fez um desabafo e um pedido de ajuda. “Estamos vivendo um momento de síndromes respiratórias, baixa taxa de imunização e queria que a população entendesse a importância da vacina e a segurança da vacina e que nós voltássemos a vacinar nossas crianças e a garantir que doenças que já foram erradicadas, que não existam mais, que permaneçam inexistentes. Então que as pessoas levem seus filhos nos postos de saúde, que acompanhem as campanhas de vacinação. Vamos prevenir as nossas crianças e garantir que elas tenham um desenvolvimento saudável”, apelou. (Link).
Expectativa
Pedro Pascoal descarta ambições políticas e diz que só ambiciona alcançar suas metas. No caso da vacina, o desafio é enorme. O negacionismo ou a ignorância não está só no Acre, mas a taxa de cobertura no Estado é bem inferior. Para dar uma ideia do descaso, num balanço feito dia 21 de maio, só 33% do grupo prioritário no Brasil e 11% no Acre tinham tomado a vacina contra a gripe influenza na campanha nacional de vacinação que começara no dia 10 de abril e terminou 31 de maio. O Acre tinha, até aquela data, a menor taxa de cobertura, seguido de Roraima, com 15%, Rondônia, com 17% e Rio de Janeiro, 18%, segundo levantamento do sistema Localiza SUS. A meta do governo federal era imunizar 90% da população.
Parte Alta
O efeito colateral da baixa cobertura vacinal é a redução da imunidade da população e o aumento das filas no Pronto Socorro, porque as pessoas não procuram a unidade de atenção básica do seu bairro ou a UPA mais próxima, vão ao PS. “Nós fizemos um diagnóstico do PS e levantamos que 56% dos atendimentos que acontecem lá são classificados como fichas verde e azuis, ou seja, o paciente está com baixa complexidade e poderia estar sendo atendido em UPAs ou, principalmente, Postos de Saúde”, explica o secretário. Esta é uma das razões para a construção da quarta UPA em Rio Branco projetada para a grande população da Parte Alta. Então surge outro grande problema para o médico socorrista. “Só falta definir se a UPA será construída no São Francisco ou no Tancredo”.
No front
Mas quem é este jovem, talvez o mais novo dirigente da história da Sesacre? Quem é o seu padrinho político nesta pasta que está entre as mais disputadas pela projeção política e social, pelo poder que envolve tamanha incumbência? “Ninguém, o governador me escolheu apenas pelo perfil técnico e porque confia em mim”, tem respondido Pedro Pascoal. Convidado para assumir a Sesacre no fim do ano passado, ele era coordenador do Samu em Rio Branco desde 2019, depois de uma temporada convivendo com a violência entre os Samus da Grande São Paulo, embora também fizesse plantão no refinado Hospital Sírio Libanês, na capital paulista. Pois, na Medicina, assim como em qualquer outra área do conhecimento, é possível escolher entre o conforto do consultório ou a ação no campo de batalha. Pedro Pascoal fez pós-graduação em Medicina de Emergência e especialização em transporte aeromédico. Também é integrante do Departamento de Atenção Hospitalar, Domiciliar e de Urgência (DAHU) da Força Nacional. Durante a pandemia de Covid 19, Pedro Pascoal estava na linha de frente na direção do Samu de Rio Branco.
Interiorização
Pois é este o perfil técnico que recebeu do Governador o encargo de administrar a Saúde do Acre, uma tarefa comparável à gestão de um gigantesco complexo hospitalar com unidades em 22 cidades e atendimento do básico ao complexo para 900 mil clientes. “No Samu tive oportunidade de conhecer todos os municípios e ver a realidade de cada um deles”, comenta Pascoal. Seu organograma contempla obras de Assis Brasil a Cruzeiro do Sul. A construção da quarta UPA na Parte Alta de Rio Branco é uma estratégia para reduzir a pressão do Pronto Socorro para que este possa atender exclusivamente alta complexidade. “É um desafio grande, mas com conhecimento técnico, diagnóstico que foi feito de todos os municípios, de todas as regionais, nós pretendemos avançar consideravelmente”, afirma.
Criatividade
O senador Márcio Bittar (União) está divulgando a liberação de mais uma emenda individual de sua autoria, desta vez destinada a uma atividade produtiva que vem crescendo deconforça, despertando vocações, gerando empregos, renda e elevando a autoestima dos empreendedores: a Economia Criativa. A emenda de Bittar, no valor de R$ 1.5 milhão oriundos do Ministério da Cultura, será utilizada para o Programa de Aceleração de Projetos Aplicados à Economia Criativa do Estado do Acre. Considera-se economia criativa qualquer atividade produtiva que gere renda a partir das ideias, geralmente no setor de cultura: música, teatro, artesanato, moda, design etc. Ou da área de tecnologia e inovação, jogos eletrônicos, rádio, televisão, cinema e usos alternativos da internet entre outros.
PIB Criativo
Cerca R$ 217 bilhões foi o resultado da movimentação financeira da economia criativa em 2020, segundo pesquisa da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan-Rio). A fortuna circulou em áreas como comunicação, cultura, arquitetura, moda, design, softwares, áudio visual, mídias interativas, vídeos games, entre outros. Neste período o setor envolveu mais de 935 mil profissionais criativos formalmente empregados. Como esse resultado de R$ 217 bi, o chamado PIB Criativo é comparável à produção total do setor de construção civil do ano e superior à produção anual total da mineração.
Debates
No Acre não existe, ao menos por hora, estudo sobre o valor e o potencial da economia criativa em comparação com a construção civil ou agropecuária. Já o desempenho da construção civil do Estado, foi tema de debate e muitas queixas m audiência pública realizada na Aleac na sexta-feira, 2, por iniciativa do vice-presidente da Mesa Diretora, deputado Pedro Longo (PDT). A categoria fez um diagnóstico sobre os investimentos do governo do Estado em obras públicas, as regras de licitação e a importância do fortalecimento das empresas locais de construção civil.
Mensagem
“Hoje, estamos aqui reunidos em busca de fórmulas que possam permitir que as nossas empresas acreanas tenham acesso ao acervo de obras governamental. Essa é a principal queixa do setor, a exigência da certificação e isso dificulta uma maior distribuição das obras entre as empresas. Sabemos que a construção civil é a base da pirâmide, ela é o primeiro setor a contratar quando a economia se aquece. Por isso queremos fazer um esforço conjunto para que as nossas empresas locais sejam beneficiadas de uma forma mais justa com as obras públicas. Estamos em busca da democratização do acesso ao acervo de obras”, discursou na abertura do evento o deputado Pedro Longo.
Concessões
Em silêncio sobre as críticas grosseira recebidas na Aleac de dois deputados de Rondônia e do Pará, a ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas desistiu de vir a Rio Branco neste sábado, 3, para a plenária sobre o PPA (Plano Plurianual) 2014-2017. Em suas redes sociais, ela comemora uma meta do Serviço Florestal Brasileiro de gerar 215 mil empregos num projeto de expansão das concessões florestais e através da restauração de 12 milhões de hectares de floresta.
Conab
O petista Cesário Braga, nomeado para chefiar no Acre o MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário) vai pegar um setor esvaziado pela reestruturação ministerial aprovada no último dia 31. Perdeu a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) que foi devolvida ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) de onde fora separada em janeiro na primeira reforma do governo Lula 3. A Conab é uma empresa pública com sede em Brasília, criada em 1990 pela fusão de outras três empresas públicas: a Companhia de Financiamento da Produção (CFP), a Companhia Brasileira de Alimentos (Cobal) e a Companhia Brasileira de Armazenamento (Cibrazem). Suas atividades foram iniciadas em 1º de janeiro de 1991, com capital 100% do Tesouro Nacional.
Projeto Serafim
A professora e empresária, Cleane Monteiro, ainda não tem partido, mas já é pré-candidata a prefeita de Tarauacá. Ela vem anunciando sua candidatura sem esconder que integra um projeto do prefeito de Sena Madureira, Mazinho Serafim (União), para ampliar a área de influência e fortalecer a candidatura da deputada federal e sua esposa Meire Serafim em 2026. “Vou para o partido que ele indicar”, diz Cleane Monteiro. Mazinho estaria patrocinando candidaturas majoritárias e de vereadores em toda a região com este objetivo. No fim de maio, a empresária participou de reunião para a formação de uma ampla frente de centro-esquerda entre líderes do PCdoB, PSB, PSOL e os vereadores da oposição Pedro Claver (PSD) Gleiciane (UB) e Dikim ( MDB).
Cúpula
O Teatro Universitário da Ufac (Universidade Federal do Acre) foi tomada por lideranças de praticamente todas as cores neste sábado, 3, para a Plenária Estadual do Plano Plurianual Participativo 2024/2027. Deputados, vereadores, prefeitos, secretários municipais e estaduais, a população em geral e o governador Gladson Cameli participaram do evento. As reuniões plenárias para debater o PPA são uma instituição da administração petista implantada desde 2005 e que vem sendo retomada na chamada versão Lula 3. Gladson aproveitou para registrar que juntamente com as discussões sobre a preservação da floresta é preciso contemplar o Acre com estradas, internet e moradias.
Habitação social
A construção de moradias populares deve ser tratada como prioridade no PPA, pois é uma proposta que une tanto o governo Gladson Cameli como os movimentos de esquerda mais radicais, como o PSol. Jamyr Rosas, uma das lideranças do partido e coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) discursou no evento, onde propôs a construção de moradias sociais em áreas próximas dos locais onde as famílias contempladas já estejam residindo. O PSol considera projetos habitacionais como a Cidade do Povo como um erro de estratégia por afastar as famílias de suas origens e tornar o transporte mais caro entre outras mazelas.