Mais de 10 mil estruturas monumentais construídas pelos indígenas da Amazônia antes da chegada dos europeus ainda estão à espera de arqueólogos que as descubram, de acordo com uma nova estimativa, feita com base em dados de sensoriamento remoto. O estudo sobre as estruturas encontradas no Acre e em outros estados da Amazônia brasileira foi destaque em grandes sites da imprensa nacional, como Folha de S. Paulo e History, da UOL.
Monumentos e estruturas feitos principalmente com terra batida e matéria-prima vegetal têm sido mapeados em diversos trechos, como no Acre. É o que aponta um novo estudo publicado na revista Science.
Segundo a Folha de S. Paulo, a maioria dessas estruturas parece ter sido construída a partir de 2.000 anos atrás e, em muitos casos, só pôde ser mapeada porque o desmatamento das últimas décadas fez com que elas voltassem a ser visíveis.
A equipe liderada pelos pesquisadores Luiz Aragão e Vinicius Peripato, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), identificou 24 novos registros arqueológicos por meio de uma tecnologia avançada de mapeamento remoto conhecida como LiDAR (Light Detection and Ranging, ou “detecção e alcance de luz”, em tradução livre). A técnica utiliza um laser embarcado em avião para fazer imagens aéreas. O sensor permitiu reconstruir os elementos da superfície em um modelo 3D com alto nível de detalhamento.
Usando o modelo 3D, foi possível remover digitalmente toda a vegetação e iniciar a investigação arqueológica do terreno sob a floresta. “Investigamos um total de 0,08% da Amazônia e encontramos 24 estruturas, jamais catalogadas, nos estados do Mato Grosso, Acre, Amapá, Amazonas e Pará”, disse Peripato à Agência Gov. Usando os 961 registros de obras de terra encontrados até agora, a equipe também apontou a quantidade de estruturas que ainda podem ser encontradas.