O anúncio oficial do diretório do PCdoB sobre o apoio a candidatura de Marcus Alexandre à Prefeitura de Rio Branco no ano que vem, deixou claro que começa a nascer um projeto de reconstrução da Frente Popular, coligação que dominou as eleições municipais e estaduais nos últimos 20 anos no Acre. Com a sigla comunista, a candidatura de Marcus já tem 3 partidos envolvidos: MDB, PCdoB, e a sua antiga casa, onde foi prefeito por 2 mandatos: o PT. Além disso, já existe conversa com outros partidos da ala progressista, de centro e esquerda, como o PSOL e Rede, que também deverão compor a chapa de Marcus na corrida pela Prefeitura da capital.
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Cabeças diferentes
Porém, a Frente Popular reconstruída vai ser diferente. Não será mais comandada pelo PT, partido que sempre encabeçou as candidaturas nas eleições que a coligação disputou. No auge, na campanha de 2016 em Rio Branco, a Frente Popular reuniu 15 partidos em prol da candidatura de Marcus Alexandre. No campo estadual, a coligação chegou a receber apoio de Orleir Cameli, ex-governador, que apareceu nas campanhas, ao lado de Binho Marques e Tião Viana. Tudo isso com o PT nas cabeças. Agora, o partido que vai ditar as regras na nova Frente Popular é o MDB, sigla de Flaviano Melo e companhia.
Frente Ampla
Até agora os partidos que reconstroem a Frente Popular querem se desvencilhar desse nome e chamam o projeto de ‘Frente Ampla’, em prol de Marcus Alexandre. O projeto tem moldes do como o que aconteceu nas eleições presidenciais do ano passado, quando 13 partidos, de diferentes espectros políticos, se uniram em torno da candidatura do presidente Lula para derrotar Bolsonaro. A pergunta até aqui é: será que MDB, PT e PCdoB tem cacife para unir um número de partidos tão grande para 2024?
PSB na mira
Um dos partidos que está na mira do MDB é o PSB. Com o anúncio da pré-candidatura do ex-deputado Jenilson Leite, a sigla de Flaviano Melo sonha em ter o apoio do PSB em 2024. O MDB sabe que Jenilson é um nome forte e o seu apoio alavancaria a candidatura de Marcus. Afinal, ser o senador mais votado na capital é um fator determinante.
Ondas mais altas
As coligações e conchavos em 2024 serão determinadores também para as eleições estaduais de 2026. Com o governador Gladson Cameli fora da disputa pelo governo, o grupo político que abocanhar a Prefeitura de Rio Branco sai na vantagem.
O caminho até aqui
Se nada mudar até lá, o que é muito difícil, já dá para ter uma noção de como serão as eleições em 2026: a vice-governadora Mailza Assis deve disputar o governo do Estado, enquanto o governador Gladson Cameli vai tentar uma volta ao Senado Federal. Com o apoio do senador Sérgio Petecão à candidatura de Alysson Bestene na Prefeitura de Rio Branco, a segunda vaga ao senado na chapa de Mailza deve ser dele. Na política tudo é fluido. Hoje é uma coisa, amanhã já é outra completamente diferente.
Por exemplo
O senador Marcio Bittar deve apoiar a reeleição do prefeito Tião Bocalom. Caso dê certo e o velho Boca se reeleja, o senador já tem uma tríade perfeita para as eleições de 2026. Disputa a reeleição ao Senado pelo União Brasil, Bocalom concorre com a segunda vaga na chapa, e o senador Alan Rick vira o candidato ao governo do Estado. As cartas na mesa são essas. Mas é sempre bom lembrar: tudo é suposição.
Convite
Agora foi oficial. O senador Marcio Bittar já fez o convite: pediu que o prefeito Tião Bocalom deixasse o PP e se filiasse ao PL. O pedido aconteceu ao lado do líder de Bocalom na Câmara, João Marcos Luz e do secretário de Zeladoria, Joabe Lira.
Secretários na disputa
Joabe, inclusive, deve ser um dos nomes do alto escalão da gestão Bocalom que vai disputar uma vaga na Câmara Municipal de Rio Branco. Além dele, há rumores de que outros secretários do Município mirem as eleições do ano que vem. São eles: Sheila Andrade, da Secretaria de Saúde e Benício Dias, superintendente do RBTRANS.
Falando no Bittar
Se no Centro-Oeste o ex-presidente Bolsonaro tem o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, e o governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas, no Acre, o senador Marcio Bittar é o resquício do bolsonarismo no Norte do país. A CPI que investiga a atuação de ONGs na Amazônia Brasil prova isso. Em uma audiência pública realizada em Epitaciolândia, no Alto Acre, ficou claro que Bittar continua sendo o nome do ex-presidente no estado. Em uma reunião repleta de ataques aos órgãos de controle ambiental, como ICMBio e Ibama, todos eles sob a coordenação da ministra Marina Silva, Bittar conseguiu que os acreanos, moradores da Resex Chico Mendes, altamente defendida pela ministra, atacassem ainda mais a acreana. Engana-se quem ache que o bolsonarismo acabou no país. Bolsonaro está inelegível. Mas seus aliados e defensores não.
Pedra no sapato de Marina
Na Aleac, durante as diligências da CPI das ONGs, Bittar só reafirmou as críticas feitas à ministra Marina Silva e comprovou que vai continuar fazendo uma oposição forte ao trabalho da acreana no Ministério do Meio Ambiente. Ele lembrou que quando chegou ao Acre, era tratado como ‘aventureiro’ por pessoas ligadas à ministra.
“A ministra Mariana Silva, que hoje comanda mais uma vez o Ministério do Meio Ambiente, nem no Acre ela mora mais. Ela, que junto com tantas pessoas do grupo dela acusavam pessoas, assim como eu, que não nasceu no Acre, chamavam de aventureiros, que só vinham no Acre em tempo de campanha, ela foi embora”, declarou.
O que muda com isso?
Os resultados das diligências da CPI das ONGs só devem sair após o relatório final do senador Marcio Bittar. Mesmo assim, os membros já começam a se articular após as denúncias ouvidas pelos moradores da Resex Chico Mendes. O presidente da CPI, senador Plínio Valério (PSDB/AM), informou que deve apresentar uma denúncia formal ao Ministério Público Federal.
Off
– A pesquisa de intenção de votos da Prefeitura de Sena Madureira não abalou o prefeito Mazinho
– Mas é lógico, só fez a rivalidade entre o deputado Gerlen Diniz aumentar;
– Mas nada abala o velho Mazinho, que quer emplacar a candidatura do pupilo Alípio Gomes;
– Ainda é muito cedo para dizer que já está tudo definido. Mazinho elegeu a esposa deputada e o aliado Gilberto Lira como deputado estadual. Brigar com ele não é para qualquer um quando se fala em voto;