Você se lembra com que idade parou de acreditar na existência de Papai Noel? Psicólogos da Universidade do Texas e da George Mason, ambas dos Estados Unidos, realizaram uma pesquisa para descobrir em que faixa etária e por que as pessoas passam a duvidar do velhinho que entrega presentes às crianças no Natal.
Segundo a psicóloga Candice Mills, de Texas, as crianças normalmente começam a distinguir a fantasia da realidade durante os anos pré-escolares, ou seja, entre zero e 6 anos. “Mas sua crença na existência de um Papai Noel mágico singular muitas vezes continua até a metade da infância”, disse, em entrevista ao The Guardian.
Os resultados, divulgados na revista PsyArXiv em setembro deste ano, mostram que a maioria das crianças começa a questionar a existência do Papai Noel por volta dos oito anos de idade. No entanto, alguns já duvidam aos três ou quatro anos, enquanto outros mantêm a crença até os 15 ou 16 anos. Muitas vezes, é o testemunho de outras pessoas da mesma idade que influencia na mudança.
Para entender melhor a idade e o que desperta o ceticismo, Candice e seus colegas entrevistaram um grupo de 48 crianças e adolescentes com idades entre seis e 15 anos, que já não acreditavam mais no bom velhinho. Os pesquisadores também entrevistaram 44 pais dos voluntários e outros 383 adultos sobre suas recordações.
Redução na confiança dos pais
Aproximadamente um terço das crianças e metade dos adultos relataram emoções negativas sobre o momento em que eles passaram a duvidar da existência do Papai Noel. Embora esses sentimentos fossem geralmente leves e de curta duração, cerca de 10% dos adultos relataram tristeza duradoura ou redução da confiança nos pais como resultado.
“A convivência com outras crianças e a razão falava mais alto. Pensar em, por exemplo, como o Papai Noel consegue dar a volta ao mundo em uma noite dentro de uma carruagem puxada por renas voadoras foram motivos que os levaram a desacreditar”, afirma Candice.
Um dos adultos entrevistados afirma ter se sentido traído pelos pais, pois aqueles que o ensinaram a não mentir estavam mentindo. “Nesses casos, os pais podem amenizar o golpe reconhecendo os sentimentos dos filhos e falando sobre por que incluíram o Papai Noel em suas tradições natalinas”, aconselha a psicóloga.