O deputado federal Coronel Ulysses Araújo (União Brasil), está em seu primeiro ano de legistura na Câmara Federal, mas já tem se destacado pela sua atuação sobretudo nas bolhas do eleitorado conservador e ligado às bandeiras da direita. Aliado fiel do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem sido um crítico ferrenho do atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em uma entrevista exclusiva ao ContilNet, o parlamentar fez um balanço de sua trajetória política e apontou suas principais ações e posicionamentos.
Eleição e trajetória política
Coronel Ulysses credita sua eleição a uma construção coletiva, destacando o apoio de amigos leais e da população que reconheceu seu trabalho ao longo de mais de 30 anos na área da segurança pública.
Deputado Coronel Ulysses/FOTO: Zeca Ribeiro/ Câmara dos Deputados
“Ao colocar meu nome na disputa o eleitor se sentiu representado e reconheceu nosso trabalho de servir, proteger e cuidar da população acreana antes da política propriamente dita. O resultado e a boa performance ficou demonstrado nas urnas. Mas é preciso esclarecer: não sou debutante na política. Concorri nas eleições de 2018 para Governador, obtendo a terceira colocações, tendo uma excelente votação diante das poucas condições e estrutura que nos foi disponibilizado à época. A eleição de deputado foi o coroamento de todo esse trabalho em conjunto com a nossa militância”, destaca.
Avaliação do Governo Lula
O deputado não poupou críticas ao primeiro ano do governo Lula, comparando-o desfavoravelmente ao mandato do ex-presidente Bolsonaro. Para ele, o atual governo atua em benefício próprio, aumentando o tamanho da máquina pública e promovendo indicações “questionáveis” para o Supremo Tribunal Federal (STF).
“As estatais [que no governo Bolsonaro davam lucros] no atual governo vão também fechar com rombo. A segurança pública é outro fiasco. Na época do Bolsonaro houve redução no número de homicídios (20 mil mortes violentas intencionais a menos) e apreensões recordes de drogas. A atual gestão abandonou a segurança pública; melhor dizendo, não tem uma política de enfrentamento ao crime organizado, aos crimes transfronteiriços e a corrupção, por exemplo. Daí os criminosos fazem a festa. A Bahia [onde o PT está no poder há mais de 30 anos] a segurança pública é uma vergonha; no Rio Grande do Norte, onde o PT também governa, é outro péssimo exemplo nesse setor. Lá, logo no início do ano, a bandidagem tocou o terror, deixando as pessoas presas em casa. A culpa é do próprio governo. Em vez de apoiar o cidadão de bem, Lula só trabalha para destruir o que o Bolsonaro fez. Desarmou o cidadão de bem e não enfrentou os criminosos. O resultado está aí. Na Educação, acabou com a Secretaria de Alfabetização. Só para ficar nesses dois exemplos”.
Partido e independência política
Questionado sobre o fato de o União Brasil ter três ministérios no governo Lula, o deputado assegurou sua independência política, afirmando que atua em prol da população brasileira e do Acre.
“Atuo de forma independente. E assim farei ao longo do mandato. Não sou funcionário do Governo, mas sou sim um empregado do povo brasileiro. Votarei naquilo que for benéfico para a população e o que for contrário não votarei, assim como também não votarei em pautas ideológicas contrárias a Deus, Pátria, Família, Liberdade e Democracia. O meu compromisso é trabalhar para garantir segurança e estabilidade para a população brasileira [e do Acre, em especial, que me colocou na Câmara]. Desse compromisso não abro mão”, afirma.
Coronel Ulysses é deputado federal do Acre/Foto: Reprodução
Atuação na Segurança Pública
Na Segurança Pública, sua principal bandeira, Coronel Ulysses diz que atua como um porta-voz da causa na Câmara, enfatizando sua eleição como vice-presidente da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado. Ele destaca seu empenho em aprovar leis mais rígidas contra criminosos, melhorar o sistema de justiça criminal e valorizar os profissionais da segurança pública. O deputado conta que destinou mais de R$ 25 milhões para modernizar a segurança no Acre.
“São recursos para serem investidos em tecnologia de ponta, treinamento, aquisição de viaturas, equipamentos e infraestrutura. Por exemplo, mais de R$ 5 milhões foram alocados para a criação de postos de fiscalização em áreas de fronteiras. Cuidar das fronteiras é obrigação constitucional da União, e como o governo federal não atua nas fronteiras do Acre, busquei recursos para o governo local poder agir. Temos lutado para endurecer as leis, porque atualmente as leis são benéficas para os bandidos. As leis mais duras desestimulam o crime e diminui a violência. O complicado é que o atual governo trabalha para derrubar toda ação que visa endurecer as leis para os criminosos, ao mesmo tempo que trabalha para deixar a população de bem cada vez mais reféns dos criminosos, deixando muito claro de que lado eles estão”, argumenta.
Balanço do primeiro ano de mandato
O deputado avalia positivamente seu primeiro ano na Câmara, destacando a conquista de R$ 91,5 milhões para investimentos no Acre. Ele ressalta sua atuação na liberação de recursos de emendas de ex-deputados para o estado, além de apresentar mais de 350 propostas legislativas e relatar nove projetos de lei.
Coronel Ulysses durante agendas no Acre/Foto: Ascom
“É sabido que, no primeiro ano, o deputado, o senador, ‘procura conhecer o terreno’. Além de procurar conhecer o funcionamento, os bastidores do Parlamento, também agimos proativamente para ajudar o Acre a se desenvolver mais. Por exemplo, antes mesmo de assumir, mas já munido de informações, atuei no sentido de liberar [e consegui] recursos de emendas de ex-deputados destinados ao Acre, e que estavam retidas nos ministérios e correndo o risco de serem devolvidos aos cofres da União. Nesse sentido liberamos em 10 meses mais de 25 milhões der reais em recursos para saúde, educação, segurança e infraestrutura da zona urbana e zona rural. Apresentamos mais de 350 propostas legislativas, relatamos 9 projetos de leis, usamos a Tribuna 25 vezes em defesa do Acre e do Brasil. Mesmo num mandato federal não deixamos de estar sempre presente no Estado do Acre e nos municípios, praticamente todos os finais de semana, inclusive fiz questão de participar ativamente das ações relativas a alagação, e nosso alvo será continuar nesse ritmo de zelar pelos interesses do Acre e do Brasil nos próximos anos do mandato, pois foi para trabalhar muito que o eleitor acreano [a quem sou eternamente grato] me colocou lá no Congresso. Minha gratidão e respeito ao povo acreano”.
