Depois de muita especulação, a Gol anunciou que entrou com pedido de reestruturação financeira nos Estados Unidos, pelo Capítulo 11 da lei de falências. Trata-se de um processo semelhante à recuperação judicial brasileira, que serve para remanejar suas obrigações no curto prazo, enquanto busca sustentabilidade da operação para os próximos anos.
A dívida da companhia aérea é estimada em R$ 20 bilhões. Pelo montante, já havia uma expectativa de que a Gol recorresse a uma recuperação judicial para contornar problemas financeiros causados, em grande parte, pelo alto custo operacional e pela pandemia de Covid-19.
A confirmação do pedido, porém, volta a jogar luz sobre dificuldades antigas do setor aéreo: a dificuldade das companhias em manter seus negócios de forma saudável.
A última empresa do setor a parar de operar no Brasil foi a Itapemirim, que fez seu último voo em 2021. Mas a lista de falências é extensa: é o caso da Avianca Brasil, da Varig e da Transbrasil, entre outras.
As dificuldades são uma realidade global. Um levantamento divulgado pela Airlines for America, associação que representa as principais companhias aéreas norte-americanas, mostra que, desde 1979, a justiça americana já registrou mais de 300 pedidos de recuperação judicial ou falência entre companhias aéreas ao redor do mundo.
Apesar de ter uma dívida bilionária, a expectativa de analistas não é de um destino tão trágico para a Gol. Os especialistas ouvidos pelo g1 acreditam que a empresa deve conseguir reestruturar as contas e seguir operando. Mas, em um setor tão complexo, há desafios na rota.