A dupla de fugitivos Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento da Penitenciária Federal em Mossoró, desde a última quarta-feira (14), enfrenta não somente a perseguição das autoridades policiais, mas também um decreto de morte pelas lideranças da facção criminosa Comando Vermelho – da qual faziam parte.
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Como apurado pela coluna “Na Mira”, do Metrópoles, o decreto veio dos líderes Railan Silva dos Santos e Selmir da Silva Almeida Melo, presos no complexo de segurança máxima de Mossoró – de onde Mendonça e Nascimento fugiram.
Linha do tempo
Em setembro de 2023, a dupla havia sido transferida para o complexo de segurança máxima, em Mossoró, com outros 12 criminosos, inclusive Railan e Selmir. A Secretaria de Segurança Pública do Acre (Sejusp-AC) informou que os 14 detentos estavam diretamente envolvidos com a rebelião no Presídio Estadual Antônio Amaro Alves, em 26 de julho de 2023.
“À época, o massacre durou 24 horas e terminou com cinco presos mortos – três dos quais ainda foram decapitados. A rebelião começou depois que presos do CV invadiram a ala de rivais das facções B13 e Primeiro Comando da Capital (PCC). Os detentos estavam fortemente armados com fuzis, pistolas e bombas de gás”, afirmam os jornalistas.
Ainda nesta ocasião, Mendonça e Nascimento tentaram assassinar os dois chefes da facção, não conseguindo. O plano era fundar uma nova facção. Agora, porém, os dois estão foragidos e jurados de morte.
Sem saída
“Como ex-integrante do Comando Vermelho, a dupla não teria apoio de outras organizações criminosas, como o Primeiro Comando da Capital (PCC), facção originariamente paulista, ou o Sindicato do Crime, criado no Rio Grande do Norte, pois esse tipo de traição não é aceita em qualquer tipo de facção”, explicou uma das fontes ouvidas pela coluna.
Buscas
Uma semana após a fuga, as buscas por Deibson Cabral Nascimento e Rogerio da Silva Mendonça seguem intensas. O Ministério da Justiça informou que cerca de 500 agentes de Segurança estão envolvidos na procura pelos dois, 24 horas por dia.
Nas investigações preliminares, os órgãos apontaram que os dois detentos começaram a fuga por volta das 3h da manhã. Eles fugiram pelo o teto das celas, arrancando uma estrutura metálica de alumínio e cabos de energia ligados à iluminação da cela.
A penitenciária está passando por uma reforma. E foi justamente com uma ferramenta utilizada nas obras que os dois detentos cortaram um alambrado e fugiram no pátio do presídio.
Para descobrir quanto tempo eles levaram para retirar a luminária e abrir o buraco para a fuga, os Peritos do Instituto Nacional de Criminalística usaram equipamentos sofisticados para analisar as celas. A estimativa que é de mais de três dias.
Além disso, já está confirmado que os presos fizeram uma mistura de sabonete e papel higiênico e usaram como uma espécie de reboco para esconder os buracos nas paredes. O sabonete também foi usado para deixar o buraco mais escorregadio e facilitar a passagem deles.
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A direção da penitenciária só deu conta da fuga dos dois, duas horas depois, por volta das 05h da manhã.