A Nintendo abriu formalmente uma ação judicial contra os responsáveis pelo Yuzu, um dos mais antigos e populares emuladores de Nintendo Switch. O processo foi registrado oficialmente nesta segunda-feira (26) em um tribunal da região norte-americana de Rhode Island.
Na acusação, a gigante japonesa acusa a empresa dona do projeto de “facilitar a pirataria em uma escala colossal”. Além disso, o programa seria responsável por “transformar dispositivos de computação em ferramentas de infração massiva de propriedade intelectual” da Nintendo e de outras companhias.
Como pena, a marca pede que o emulador deixe de ser disponibilizado e os responsáveis sejam proibidos de continuar desenvolvendo para a plataforma. Ela também solicita um pagamento em dinheiro por prejuízos financeiros causados pela emulação — como exemplo, o texto do processo alega que The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom foi baixado ilegalmente mais de 1 milhão de vezes.
NEW: Nintendo is suing the creators of popular Switch emulator Yuzu, saying their tech illegally circumvents Nintendo's software encryption and facilitates piracy.
Seeks damages for alleged violations and a shutdown of the emulator. pic.twitter.com/SGZVI6Cs0x— Stephen Totilo (@stephentotilo) February 27, 2024
Além disso, a ação cita que os donos do emulador lucram a partir de doações e uma campanha de financiamento coletivo. O crowfunding inclusive cresceu em quantidade de assinantes justamente com a chegada do novo Zelda para download, o que seria uma prova de que a pirataria cresceu por causa do serviço.
Por enquanto, a Nintendo não se manifestou oficialmente para além da abertura do processo. A Tropic Haze, companhia responsável pelo Yuzu, também não comentou o caso por enquanto.
O Yuzu vai acabar?
No texto do processo, a Nintendo usa como base o Digital Millennium Copyright Act (DMCA), a principal lei sobre direitos autorais dos Estados Unidos. Segundo a marca, o Yuzu usa mecanismos ilegais para quebrar proteções de segurança dos jogos, possibilitando o uso deles em outros aparelhos via emulação.
Ou seja, a Nintendo não está apenas acusando o Yuzu de rodar jogos ilegalmente, mas também por criar um software “desenvolvido desde o começo para driblar medidas tecnológicas” de segurança. Por enquanto, o Yuzu segue no ar e funciona tanto no PC quanto em dispositivos Android.
Recentemente, a companhia conseguiu impedir o lançamento de outro emulador em canais mais popularesao proibir a chegada do Dolphin no Steam. Além disso, ela venceu na Justiça e aplicou uma multa pesada contra um hacker chamado Gary Bowser, acusado de piratear ROMs de plataformas da marca.