A revista Perspectivas em Ecologia e Conservação publicou recentemente uma pesquisa apontando como a falta de pesquisas em relação ao impacto ambiental no uso agrícola e pecuário da região nominada como Amacro, que se compreende pela divisa entre os estados do Acre, Amazonas e Rondônia.
A análise foi feita no período de 2012 a 2022, e os resultados apresentam uma tendência crescente no desmatamento “para todas as classes fundiárias, de forma alarmante em áreas protegidas, desde 2018, quando o projeto foi anunciado”.
O artigo ainda diz que o uso da terra sem o devido estudo técnico compromete a agricultura, não só da região, mas de outros locais do país, que também são dependentes do ciclo de chuvas da Amazônia.
“Diferentemente dos possíveis ganhos econômicos, o desmatamento nesta região afeta condições edafoclimáticas essenciais para a agropecuária brasileira, agravando as vulnerabilidades ambientais e socioeconômicas. O planeamento territorial eficaz, os estudos de impacto ambiental e a aplicação da lei são urgentemente necessários antes de estabelecer a zona para evitar uma hecatombe regional”, afirmam pesquisadores.
É importante relembrar que a região teve problemas com manejos para derrubada de árvore dentro de áreas públicas federais, destinadas a preservação. No ano passado, ao menos 3500 hectares foram desmatados na região, com 1,7 milhão de arvores derrubadas.
Ao todo, 32 municípios fazem parte da área conhecida como Amacro, sendo 50,62% dela composta por áreas de conservação e terras indígenas de proteção integral, e apenas 2,80% voltadas para o uso sustentável. Fazendas privadas voltadas para agricultura ou pecuária compreendem 20%, assentamentos rurais 7,42% e 17,36% são terras não destinadas.