28 de maio de 2024

Algoritmo treinado no Acre deve reduzir em mais de 20 vezes o custo de mapeamento da floresta

O estado de Rondônia e parte do Amazonas também foram utilizados no aprendizado. As duas primeiras versões foram disponibilizadas no aniversário de 51 anos da instituição, ainda em abril deste ano.

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) divulgou o lançamento de um conjunto de algoritmos, treinados por inteligência artificial, que pode ser utilizados para identificar diversas espécies de árvores através de imagens aéreas do local. O nome da iniciativa é Netflora.

Entre as espécies reconhecidas, com índices de acerto de 95%, estão a castanheira, cumaru-ferro, açaí e cedro. A nova ferramenta irá ajudar a reduzir os custos de produção envolvendo materiais oriundos destas espécies, contribuindo para o manejo sustentável da Amazônia.

“Uma vez treinado e especializado, o algoritmo também fornece métricas, como diâmetro e área de copa, que possibilitam estimar, por meio de equações alométricas (que relacionam formas e tamanhos), o volume de madeira de cada árvore. Essas ferramentas tecnológicas contribuem para o aumento da produção florestal com conservação ambiental”, disse o pesquisador da Embrapa, Evandro Orfanó.

Os algoritmos aprendem através de padrões de copa das árvores (formato, tamanho, borda, textura e intensidade de cores das folhas de acordo com a época do ano).

Orfanó junto de um dos drones utilizados no processo/Foto: Embrapa

O uso de inteligência artificial é feito desde 2015 pela Embrapa e é aplicado em diversas pesquisas desenvolvidas por ela, e atualmente é usada através do projeto Geotecnologias, na automação florestal e espacialização dos estoques de carbono em uso nativo e modificado da terra na Amazônia Ocidental, feito em conjunto com o Fundo JBS pela Amazônia.

Através da aplicação do uso deste algoritmo é possível reduzir os custos de mapeamento da floresta em mais de 20 vezes, já que os valores estimados, por hectare eram de R$100 a R$140, enquanto agora os valores vão girar entre R$4 e R$6.

“Uma empresa florestal que utiliza o manejo tradicional consegue mapear até 10 mil hectares de floresta por ano. Com o uso de IA, o ganho em capacidade operacional pode saltar para até um milhão de hectares no mesmo período”, explicou ele.

O banco de dados utilizado pelos algoritmos durante seu treinamento consiste em mais de 40 mil hectares de floresta, divididos entre regiões do Acre, Rondônia e o sul do Amazonas, através da utilização de drones durante dois anos. Ao todo, nove algoritmos diferentes foram preparados.

Com os algoritmos o s custos de mapeamento serão drasticamente reduzidos /Foto: Felipe Sá

“Temos algoritmos que reconhecem uma única espécie florestal, outros têm capacidade para identificar diferentes grupos ou as principais árvores madeireiras e não madeireiras do Acre e outras localidades da Amazônia. Alguns algoritmos já alcançaram alta performance, mas esse aprendizado será contínuo”, o objetivo, segundo o pesquisador é que o projeto consiga cobrir uma área de 80 mil hectares de floresta.

O desenvolvimento das ferramentas está sendo dirigido para empresas do setor florestal, profissionais de instituições de ensino superior, associações agroextrativistas e órgãos ambientais.

Apesar de não ser necessário um grande conhecimento da ferramenta para utilizá-la, um curso denominado “ Netflora na Prática: Guia para detecção de espécies florestais a partir de imagens de drones e inteligência artificial”, será disponibilizado pela Embrapa, através da plataforma e-Campo. Para maiores informações, basta acessar a página do projeto Netflora.

Imagem de como ocorre o funcionamento do algoritmo visualmente/Foto:Embrapa

O lançamento das duas primeiras versões dos algoritmos aconteceu no aniversário de 51 anos da Embrapa, no dia 25 de abril deste ano. O restante deles deverão ser disponibilizados até fevereiro de 2025.

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