11 de junho de 2024

Bebê Rena do Acre: Influenciadora acreana detalha horror após ser perseguida 3 anos por stalker

O que parecia ser uma situação comum se revelou como o início de um pesadelo para Rogéria Rocha

A não ser que você esteja dentro de uma caverna, não teve como fugir da série do momento da Netflix, “Bebê Rena”. Lançada no início de abril na plataforma de streaming, a minissérie britânica criada pelo comediante escôces Richard Gadd, virou febre pela sua trama inesperada e recheada de reviravoltas.

Para a criadora de conteúdo, a invasão à privacidade se tornou ainda mais angustiante quando a stalker demonstrou conhecer detalhes íntimos de sua vida/Foto: Reprodução

Sem querer entregar nenhum spoiler da produção – que agradou crítica e público -, um dos chamarizes de Baby Reindeer – no original – foi seu retrato cruel e impiedoso dos stalkers. Alguém com comportamentos repetitivos, que tira a liberdade da vítima, causando desde desconforto ao publicar nas redes sociais até medo de sair às ruas.

Com diversos destes casos ganhando a mídia nos últimos meses, o ContilNet traz um deles que ocorreu em nosso estado. Rogéria Rocha, influenciadora digital acreana, relata um episódio de perseguição que sofreu por três anos, de 2020 a 2023. De um esbarrar em uma moto suspeita a uma quase invasão de sua casa, Rogéria detalha o horror vivido, como consequência da ação de uma stalker.

Início da perseguição

“A princípio, foi uma moto que me seguiu e eu achei que era um assalto, quando na verdade era essa mulher querendo falar comigo. Ela dizia que me amava e queria me conhecer, me assustou muito porque na época eu postava os lugares que eu ia trabalhar, nesse dia eu tava fazendo um provador e ela me seguiu da loja até a rua da minha casa”, relatou.

No entanto, o que parecia ser uma situação comum se revelou como o início de um pesadelo, quando a pessoa que a perseguia começou a enviar mensagens perturbadoras declarando amor e desejo de conhecê-la. 

Saiba identificar, se você está sendo vítima de um stalker:

  • Receber muitas mensagens repetidas de uma pessoa, mesmo após indicar que não deseja mais contato;
  • Observar comentários negativos, principalmente em publicações nas redes sociais;
  • Receber comentários que demonstram que alguém está te vigiando, como mencionar detalhes da sua rotina ou compartilhar fotos suas ou de locais que você visitou;
  • Possibilidade de o stalker criar perfis falsos para continuar monitorando mesmo após ser bloqueado;
  • Familiares ou amigos sendo seguidos pelo stalker ou pelos perfis falsos;
  • Perceber que alguém está frequentemente nos mesmos lugares e horários que você;
  • Receber várias ligações consecutivas.

Para a criadora de conteúdo, a invasão à privacidade se tornou ainda mais angustiante quando a stalker demonstrou conhecer detalhes íntimos de sua vida, obtidos através de suas postagens em redes sociais.

“Por várias vezes eu respondi e pedi pra ela parar. Eu bloqueava o insta que não tinha nome, nem foto e ela ia e fazia outro. Foi durante 3 anos isso, loucura mesmo. Uma pessoa que eu não conhecia, nunca tinha visto na vida”, acrescentou Rocha.

SAIBA MAIS: Influencer Rogeria Rocha registra BO por perseguição e assédio nas redes sociais

Confira algumas mensagens enviadas pela stalker na íntegra:

Perigo fora das telas

Apesar dos esforços da influenciadora para conter a situação, incluindo o bloqueio dos perfis da perseguidora, o ciclo de stalking persistiu por anos, culminando em momentos de confronto direto quando a pessoa apareceu na frente da casa dela, exigindo encontrá-la pessoalmente.

Como agir nesses casos:

  • Registrar todas as provas, mesmo se o stalker for conhecido;
  • Obter a quebra de IP através de um processo cível contra a plataforma usada pelo stalker, com ajuda legal;
  • Processar a provedora de internet do IP identificado para obter os dados pessoais necessários;
  • Iniciar o processo contra o stalker com todas as informações necessárias, seja na esfera cível ou criminal.

Rogéria lembra que tentou resolver na conversa via Instagram, mas sempre teve muito medo, porque não saber o que se passava a cabeça dela. Ela ainda diz que tentou até a ajudar a buscar ajuda médica, já que não existe isso de dizer que ama e perseguir uma pessoa que você não conhece e só vê pelas redes sociais.

Martha, a stalker de Bebê Rena/Foto: Reprodução/Netflix

“A busca pela polícia foi porque ela achou minha casa e foi lá na frente, chamou dizendo que queria me conhecer e conversar comigo. Aí esse dia eu vi que precisava fazer algo, chamei a polícia. Ela foi pega em flagrante na frente da minha casa. Perseguição é crime”, explicou a influencer sobre as medidas que tomou para lidar com a stalker.

Como bem dito pela entrevista, o stalking é crime no Brasil, desde 2022. Segundo a lei 14.132, aprovada em abril de 2021, o stalker pode pegar multa e pena de seis meses a dois anos de prisão. Segundo o Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), em média, 147 boletins de ocorrência são registrados diariamente no Brasil. A cada hora, 9 mulheres denunciam esse tipo de crime.

Diante dessa ameaça iminente, Rogéria tomou a decisão de acionar as autoridades policiais. A mulher foi detida em flagrante e o caso foi encaminhado à delegacia. 

Resolução

“A família dela falou comigo também. Ela criou um amor platônico, loucura mesmo”, desabafou sobre a situação.

A criadora de conteúdo  destacou a importância de buscar, rapidamente, ajuda policial diante de situações de stalking, ressaltando que o apoio de familiares, amigos e seguidores foi fundamental para enfrentar esse período de terror psicológico.

Rogéria é influenciadora digital e relatou o pesadelo que sofreu com stalker/Foto: Reprodução

“Eu só falei sobre isso na internet depois que resolveu, no dia da polícia. Foram três anos, só que maior parte do tempo eu tava fora do Acre então não tinha medo, mas quando voltei tinha medo de que ela fizesse algo contra minha vida, porque a gente não sabe o que passa na cabeça de uma pessoa assim”, compartilhou sobre o apoio que recebeu durante o processo.

“É um sentimento de medo e impotência, porque a gente não pode fazer nada. Depois da polícia, ela parou, graças a Deus, e espero que continue assim para sempre”, finalizou.

Apesar do desfecho favorável do caso de Rogéria Rocha – ao contrário dos traumas retratados em “Bebê Rena”, pelo descontrole da situação -, ela expressa seu desejo de que a stalker mantenha distância e respeite os limites estabelecidos.

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