Maio Bordô: por que ter mais de três dores de cabeça por mês é sinal de alerta, segundo neurologista

Coordenadora do Comitê de Cefaleia na Mulher da Sociedade Brasileira de Cefaleia reforça importância do diagnóstico precoce e tratamento correto, evitando que a doença se torne crônica.

Para algumas pessoas, enfrentar a dor de cabeça faz parte do cotidiano. Ainda que existam explicações para os episódios de cefaleia, a Academia Brasileira de Neurologia faz o alerta: se acontecem três ou mais vezes por mês, é preciso procurar ajuda médica.

No Mês Nacional de Combate à Cefaleia, conhecido como Maio Bordô, a neurologista e coordenadora do Comitê de Cefaleia na Mulher da Sociedade Brasileira de Cefaleia, Eliana Melhado, reforça a importância do diagnóstico precoce e tratamento correto, evitando que a doença se torne crônica.

Ter mais de três dores de cabeça por mês é sinal de alerta, segundo neurologista/Foto: Claudia Barbosa/Pexels

“Se a pessoa tem mais de três dores de cabeça em um mês, já fica um alerta, porque ela acaba aumentando a frequência e tomando milhões de analgésicos que não são tratamentos, só para tirar da crise, e isso torna até mais difícil de tratar e controlar a frequência”, explica Melhado.

Tipos de enxaqueca

Doutora em neurologia pela Universidade Estadual de Campinas (SP), a médica explica que, enquanto o termo cefaleia define todos os tipos de dores de cabeça, as enxaquecas são divididas em subtipos: com e sem aura.

  • Enxaqueca sem aura (comum): dor geralmente latejante, podendo causar náuseas e incômodo com luz e barulho. Dura algumas horas e é tratável com medicação;
  • Enxaqueca com aura: atinge 25% a 30% dos pacientes. Além dos sintomas da enxaqueca comum, é geralmente acompanhada por alterações visuais, formigamentos e alterações de fala. Dura de 30 minutos a 1 hora.

Melhado destaca que a enxaqueca é uma doença genética e neurológica. “A enxaqueca não dá em um exame de tomografia e ressonância, é um diagnóstico realmente com critério clínico e precisa ser tratada para poder ter o controle da doença”.

Tem cura?

Não, mas existe tratamento. “Em alguns casos ela realmente desaparece, mas por ter um fundo genético e a questão biológica, nós não podemos falar em cura. Tem muitos casos em que a enxaqueca desaparece por anos, o pacienta fica bem por 10, 15 anos, e ela pode voltar”.

Além disso, a neurologista pontua que, por questões hormonais, mulheres têm mais dores de cabeça e enxaquecas do que os homens e devem estar ainda mais atentas à frequência dos episódios.

“A mulher ela cronifica mais rápido, então a dica é que mulheres com dores de cabeça mensais procurem [ajuda médica] rápido, porque cronifica mais rápido. Com tratamento preventivo, é possível prevenir essa piora da própria doença em si”, afirma.não são tratamentos, só para tirar da crise, e isso torna até mais difícil de tratar e controlar a frequência”, explica Melhado.

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